24.2.08

Redondinha

Depois de ameaças por escrito, no blog ou por outros meios e depois até de lembranças ao vivo, lá chegou a hora de vir admitir que sim, estou plenamente consciente do tempo que passou desde que pela última vez aqui pus os pés. E não, não foi por ser um elogio à Matilde e por querer reforçar a sua Ode, se bem que ela entretanto fez anos e por isso não seria de todo descabido que aqui ficasse uma homenagem.

A verdade é que há diversos factores que me levaram a não ter escrito nos últimos tempos.
Em primeiro lugar, a Internet propriamente dita. A minha rede wireless não está a funcionar em minha casa. E isto é uma coisa que me incomoda imenso. Depois de, por várias vezes, ter experimentado toda a sequência enervante do desliga router e modem, desliga computador, liga modem e espera pelas luzes, liga router e espera pelas luzes, liga computador, liga portátil, percebi que o problema poderia ser um bocadinho mais grave.
E isto até poderia não me deixar furiosa, se acontecesse uma vez por outra. Mas acontece constantemente. E eu estou farta, farta, farta de ter que passar horas a ligar para a Netcabo e falar com pessoas que não fazem a menor ideia de que esta conversa se repetiu ao pormenor na semana anterior. O meu professor de CRM chama-lhe, e com toda a razão, míopia dos canais. Pois eu estou farta da míopia da Netcabo e farta de telefonar.
O que eu quero é, pura e simplesmente, ligar o meu computador e ter Internet. Mais nada. Muito simples. Não quero ter que fazer telefonemas, não me quero chatear, não quero desligar cabos e voltar a ligar. Quero Internet. E não tenho. E isso chateia-me.
E não gosto muito de estar aqui no escritório, no computador de casa, a escrever, também por várias razões: o escritório não é tão cosy como o meu quarto ou o sofá da sala onde escrevo esparralhada quando estou no meu portátil. No escritório estou de costas para a porta pelo que muito frequentemente a minha mãe irá aparecer para fingir que quer falar comigo mas no fundo porque quer espreitar o que eu estou a fazer porque sabe perfeitamente que tenho um blog e está furiosa por não o conhecer.
Eu odeio, mas odeio mesmo, que se ponham atrás de mim quando estou num computador. Quem quer que seja. Acho um gesto indelicado. Nunca faria isso a ninguém.

Continuando, a segunda razão pela qual não tenho escrito, se bem que esta ordem é aleatória e digo segunda porque vem a seguir à primeira que foi a que me surgiu logo na cabeça, não tenho vida.
Não me estou a queixar, calma. Adoro, amo, a minha não vida. Mas uma coisa é certa, não tenho sequer tempo para reparar que as minhas unhas não estão pintadas, quanto mais arranjá-las durante a semana. Entre os dias em que chego a casa à meia-noite das aulas e os dias em que chego às nove e meia do ginásio, a vontade de ligar o computador e comunicar com o mundo tem sido muito reduzida. E por isso mesmo, peço desculpa.

A terceira razão, mas não por isso menos importante, é a falta de conteúdo sobre o qual escrever. Acho que a minha divagação constante sobre o estado total de felicidade em que me encontro não só já enjoa como é injusto para aqueles que não se encontram no mesmo estado que eu e que, por isso mesmo, ficam deprimidos quando me ouvem relatar a fase perfeita da minha vida que estou a viver.

Mas como, no fundo, não tenho nada para falar senão sobre isso e porque ainda não me apetece alongar sobre assuntos terríveis como são os efeitos de mais um cancro na minha família que parece não conseguir descansar de tragédias e mais tragédias e sobretudo porque em relação a este assunto ainda estou mais na fase da revolta e do ódio do que da compreensão e apoio incondicional a uma pessoa que sempre adorei mas que esta semana me tem deixado um bocadinho à beira de ataque de revolta contra todo o mundo, pronto, não me resta senão falar sobre o que continua a correr bem comigo.

Está tudo bem.
Tudo na mesma.
Parece que estão tão satisfeitos comigo no meu novo trabalho como eu com o trabalho em si, o que não poderia ser melhor. Também parece que, ao entrar nos eixos e ao não me rodear de potes de bolachas como acontecia no ano passado e motivando-me para até ir ao ginásio duas vezes por semana e correr aos fins-de-semana, que estou menos redondinha.
Mas não posso deixar de referir, no entanto, que me chamaram redondinha no trabalho, o que não me soube lá muito bem. Há outras coisas mais simpáticas que prefiro que me chamem, apesar de agora não conseguir enumerar nenhuma forma simpática de me dizerem que estou entre o rechonchudo, o nada magro e gordíssimo. Mas vá lá, antes sinceridade que mentiras.

7.2.08

Ode à tilda

Matildiiiinha
Tilda
Titinha (péssimo)
Loirinha
Loiruxa
Formiguinha-por-afinidade (amoroso)
A mais cortes
A mais desaparecida
A irritantemente com o corpo mais giro e a inveja de todas nós
A que come mais merda
Sempre na boa
Com o trabalho mais top-secret
A próxima a casar a seguir à outra que se deve casar antes mas que não digo quem é porque pode haver 3 ou 4 pessoas no mundo que ainda não saibam porque ainda não é totalmente oficial
A que me ganha aos sobrinhos (ou se calhar não... já passaste os 4?? haha!)

O carro (diversos nomes que sairam da minha cabeça ao longo do percurso universitário):
- cloti-carro
- PeNico
- carro engraçado que a Tilda põe em qualquer canto, a subir ou a descer, sobretudo naquele sítio ao lado do Príncipe Real cuja única funcionalidade é mesmo subir ou descer e que, das únicas três ou quatro vezes que por lá me aventurei, e apesar de me considerar boa condutora, o Pudim deitou fumo por todos os lados e fez barulhos muito estranhos e ficava misteriosamente na reserva apesar de estar cheio de gasolina. Acho que aquela subida/descida era assombrada. Só a Matiiiiilde (com muitos i's) é que encostava o carro a 2 mm da parede, do carro da frente e do carro de trás, e isto provavelmente sem espelhos retrovisores e, pior ainda na minha opinião, sem espelhinhos na pala do sol para ver como está o look nesse dia! Acho que o que a safava eram as letrinhas sempre presentes que diziam que os objectos reflectidos nos espelhos retrovisores estão mais perto do que parecem. Tivesse eu essas letras para ler todos os dias e também estacionava como ela.
- carro que no entanto tem o dom engraçado de, quando numa auto-estrada e, por isso mesmo, em velocidades superiores, não andar.


("Porquê este texto?" - perguntam vocês. Porque a loira fez uma birra por não ter um petit-nom - adoro usar palavras em francês no meu vocabulário corrente e fingir que me saiem naturalmente - na fotografia de Praga).

2.2.08

1 ano

Praga - Fevereiro 2007
(Dani, Pepa, Verinha, Matilde, Ri)
Não, não vou fazer um discurso lamechas tipo o da viagem ao Porto mas a verdade é que ontem fiquei parva quando me encontrei numa repetição quase fiel do jantar de anos da Madalena do ano passado e me lembrei dos vossos telefonemas cómicos a perguntar se ia levar sapatos de salto alto além de botas para o frio, toalhas de banho ou lençóis, entre outras coisas que na altura pareciam o que de mais relevante a vida podia ter.
E era! Pois se na manhã seguinte seguíamos rumo à nossa ideia inventada de viagem de finalistas perfeita em Praga!


E pronto, mais uma vez, a única coisa que posso dizer é como a nossa vida mudou escandalosamente desde há um ano para trás.
Começando por mim, pois este é o meu blog, sou uma pessoa estranhamente mudada, crescida e totalmente diferente do que era há um ano atrás. Na altura uma míuda totalmente desmotivada e sem força para ver que não estava feliz e que, sem saber, tinha pela frente o ano mais difícil que a vida lhe podia atirar para cima.

Mas vocês também, bolas! (Ultimamente adoro a espressão "bolas", tem-me saído muito frequetemente!)
Não fui só eu que mudei!
E quando falo de vocês não falo das 5 gatas pingadas que foram rumo à nossa casa de sonho num bairro menos apetecível do centro de Praga mas sim de nós todas!
Uma já tem um bebé! Outra uma data de casamento alinhavada para daqui a um ano e tal! Outras com os empregos mais sérios e promissores de sempre, e felizmente já me incluo neste campo e outras a descobrirem agora que afinal se calhar nem é assim tão simples crescer e que ainda é preciso procurar mais até descobrirmos o trabalho que nos deixe feliz.
Mudou tudo. Tudo.

Menos nós!
Nós vamos ser sempre as mesmas.
E estou ANSIOSA por vos ver a todas, ou quase todas, esta noite.