24.7.09

bambu

O fundo do meu Hotmail são bambus.

Nos últimos dias, tenho guiado mais afastada do carro da frente. Se ele travar de repente, já não lhe bato por trás.

O porta-chaves que estou a usar, encontrei-o na semana passada em cima do capô do meu carro, a unir miseravelmente um raminho das flores mais bem cheirosas de sempre.
Tem um cheiro estranho. Não posso dizer que cheire bem, está longe de estar perfumado. Mas tem um cheiro característico. Cheira a Opel Astra misturado com fato de surf salgado, cheira a bolsos cheios de tralha, cheira ao pratinho castanho de guardar as chaves, na prateleira branca por cima da cama cor-de-laranja.

Tenho dor de barriga amarela.
Já estou optimista.

Sinto-me como aquelas pessoas que vemos nos filmes que são internadas num manicómio apesar de não estarem doidas. E quanto mais vezes dizem que não estão doidas, mais doidas parecem. E tal é o esforço e a frustração de tantas tentativas em vão, que já ninguém acredita que não estejam realmente dementes.
Não que eu me sinta doida mas sinto que sempre que tento explicar esta situação a alguém, recebo imediatamente aquele olhar. O olhar. Que diz, inevitavelmente: burra.

Enfim, tal como os doidos que se deixam internar porque perdem a força para continuar a defender-se, também eu às tantas deixei de tentar explicar que nem tudo o que se passa comigo tem que ser interpretado por toda a gente à minha volta.

Teorias fora. Relações típicas para o lixo.
Uma pausa.

E volta o sorriso.
Dor de barriga amarela.
Saudades, tantas.

No fundo, não interessa mais nada.
A ver vamos.

19.6.09

imperiais ao fim do dia

É engraçado como às vezes é tão fácil desabafarmos com aqueles amigos com quem não estamos, ou falamos, todos os dias.
É quase uma injustiça para quem gosta tanto de mim e me acompanha diariamente, sempre disposto a fazer de tudo para que o meu dia corra bem.
Mas a verdade é que mesmo os amigos de fora, e sim, existem amigos de fora e que não deixam de ser amigos por não fazerem parte do círculo mais próximo, conseguem sempre ter uma visão mais imparcial das coisas. E nem é tanto imparcial por não tomarem partidos, é mais pelo facto de não estarem tanto dentro da situação que os seus conselhos acabam sempre por ser genéricos para situações semelhantes e não uma análise aprofundada do meu estado de espírito, que é coisa que nem sempre me apetece.
E portanto uma imperial ao final do dia com bons amigos que pouco aparecem, ou aos quais pouco apareço, transforma-se sem esforço num desabafo inesperado, com direito a olhos húmidos e tudo, que entre golos de cerveja numa tarde de calor tórrido no meio das avenidas cosmopolitas de Lisboa, me alivia tão mais do que eu algum dia poderia ter pensado.
Esquece-se a dor alucinante no pé, esquece-se o aperto desconfortável na barriga que me tem vindo a seguir e contra o qual não estou a conseguir por uma “restraining order” e rapidamente viaja-se no tempo para uma época tão recente como há um ano atrás mas tão remota como outra realidade, porque agora é tudo tão diferente. Fala-se do passado como quem fala dos tremoços que estão à nossa frente e a simplicidade com que a conversa flui deixa-nos sempre a matutar porque será que não estamos todos juntos mais vezes.

18.6.09

sei lá!

“Não sei porquê, não ando nada bem”.
Numa conversa de messenger, vá-se lá ver, sai-me esta frase. Ao menos digo-a à pessoa indicada, a única pessoa com quem converso no messenger no trabalho, um hábito que me ficou dos tempos de ócio do emprego anterior ao anterior e que ainda hoje me faz regularmente por a rodar os bonequinhos azul e verde à volta um do outro para ir mandar um “oi” diário de boa tarde.
Mas pessoa indicada só mesmo por isso porque, de resto, não há pessoa indicada no mundo, ou na minha vida, a quem largar uma bomba assim.
Para mim, que estou sempre bem e que sou normalmente quem consola tudo o que me rodeia, dizer uma pequena frase como esta, inesperadamente e a meio de discussões sobre miradouros e arraiais no Largo do Carmo amanhã à noite, é o mesmo que despejar a pior notícia possível e imaginária.
E agora vem a parte do “não andas bem porquê?????” e eu bloqueio. Sei lá! É isto que me enerva, por isso é que não há pessoa indicada para eu largar uma bomba assim. Toda a gente me faria inevitavelmente esta pergunta e eu, também inevitavelmente, nunca responderia.
Sei lá eu… Só sei que não ando.
Alguma coisa está mal, não sei bem o quê.
Daí que não tenho escrito.
Uma pessoa começa a pensar que não está bem quando vai jantar com as amigas e elas todas dizem “tu não andas nada bem…”. E, sem querer, fica-se a pensar naquilo. Pois não, não ando, como é que elas sabem? Nem estão comigo diariamente, aparecem para tomar um café depois de jantar e em 10 minutos tiram esta conclusão? Ou são perspicazes de mais ou ando rodeada de cegos no meu dia-a-dia que não conseguem ver isso.
Mas depois, pensando um bocadinho mais, óbvio que já não estava bem antes disso, elas podem ser perspicazes mas, que eu saiba, ainda não têm o poder de me induzir estados de espírito com a simples força da palavra.
Enfim, só não estou.
Estou lenta, pensativa, com manias. A tentar não pensar de mais e a pensar de mais nas tentativas constantes que faço para não pensar de todo.
Como se tivesse medo das conclusões a que chegaria se realmente parasse para pensar. E aí é que está. Esse é o busílis.
Por isso não me perguntem o que tenho... porque isso faria com que eu realmente tivesse que arranjar uma resposta e, para isso, teria que a encontrar. E não sei se estaria preparada!
Só não estou bem.
Mas acho, mesmo, e quero mesmo, que já passe.

28.5.09

nem mais um minuto?

Às vezes acho que não duramos nem mais um minuto. Nem mais um segundo. Às vezes acho que não aguento nem mais um respirar a pensar em ti. Somos tão perfeitos, que quando não somos é insuportável. Não aguento. Faço um esforço sobre-humano para me concentrar, raciocinar, pensar que sou mais forte do que esta sensação avassaladora que me dá vontade de atirar tudo pelos ares e dizer que afinal não, afinal não quero.
Não sei namorar. Esqueci-me de como o fazia e sei que sempre o fiz mal. Entrei numa fase da minha vida em que me enchi a mim própria de coisas boas, deliciosas, divertidas, durante uns bons tempos. E tu apareceste e eras também uma coisa boa. És também uma coisa boa, das coisas melhores que tenho na vida. E não sei o que fazer quando não estás a ser essa coisa boa ou quando eu não deixo que sejas.
Somos humanos, eu sei. Todos temos dias e todas as relações têm fases. Mas as fases assustam-me porque eu vivo numa nuvem e quero que tudo sejam fases boas.
E sei que a culpa também é minha. Jogo tão à defesa, se soubesses! Mal vejo uma situação menos feliz, lanço logo o alerta pânico para mim própria e só penso em como me quero por a milhas antes de me magoar. A culpa não é tua. E se é minha é só porque não aprendo a relaxar, a confiar.
Sou como uma pessoa que se queimou num incêndio e, a partir daí, sempre que vai a uma casa nova está à procura das saídas de emergência para não lhe voltar a acontecer o mesmo. E o anfitrião dessa casa não tem culpa nenhuma e até é capaz de me achar estranha mas, se gostar de mim, eu sei que vai compreender. Até porque tu não és o anfitrião típico. Nunca me escondes onde estão as saídas de emergência e às vezes até pareces tão disposto a saltar por elas quanto eu. E talvez seja isso que me faça ficar, saber que nunca foi assim tão certo e que nos basta aproveitar este tecto sobre a nossa cabeça para sermos a perfeição que sempre fomos.
Mas eventualmente a nossa casa não é assim tão sólida e eu não sei mesmo como reagir quando ela abana. Fico enervada, pareço uma criança. Não te digo nada a ti, não digo nada a ninguém. Concentro-me com força e penso em tudo o que tenho, tudo aquilo a que que me agarrei quando, no passado, já precisei. Penso que até vivia bem sem ti novamente e começo a pensar em tarefas, objectivos. Fazer isto, arranjar aquilo, tratar daqueloutro. Ocupar-me, ler, escrever! E é isso que faço… Mas sinto que não é assim que as coisas se deviam passar. Eu devia ser mais calma, tenho que tentar ser mais calma. Mas às vezes não consigo, às vezes parece que não duramos nem mais um minuto.
Mas depois ligas-me e, como é óbvio, tudo isto te passou ao lado. Porque mesmo que estivesses ao meu lado isto te passaria ao lado, tal é a minha capacidade de ferver internamente e manter o sorriso por fora. E quando me ligas e falas comigo como se nada fosse e me tratas por “minha querida” eu esqueço-me de tudo, a casa parece mais sólida que nunca e eu, por uns instantes, até deixo de espreitar por cima do meu ombro à procura da saída de emergência.

27.5.09

here we go again

Dear Diet,

Há amigos que conhecemos desde sempre e que, apesar de só os vermos de tantos em tantos anos, basta olhar para eles que parece que nunca deixámos de nos ver.
Amigos que conhecemos tão bem quanto nos conhecemos a nós próprios.
E tu és claramente um desses exemplos.

Quem te conhece a sério, pessoas como eu, sabe o que é carregar o peso da certeza que te vai conhecer para toda a vida. Não há como o negar. Chegamos a uma idade em que já sabemos que é inevitável voltarmo-nos a cruzar.
Quando somos mais novas, ainda nos iludimos e pensamos que desta é de vez, vamos ser melhores amigas e depois cada uma segue para seu lado e nunca mais nos cruzamos.

Mas às tantas chega de ilusão. Quem te conhece realmente, a fundo, com todos os prós e contras que sabes trazer à vida das pessoas, que basicamente são sempre mais contras visto que os prós são temporários, sabe que dificilmente te vira as costas definitivamente.

E enfim, que assim seja.
Já te conheço de ginjeira, de trás para a frente. Todos os teus truques, segredos, manhas. Tudo.
Ainda há pessoas que me tentam aconselhar, explicar-me coisas de ti sobre um novo ponto de vista, dizem que conhecem profissionais indicados para me preparar melhor para o início de uma nova relação entre nós. Mas o que sabem eles? Nada nos dá mais experiência do que a própria vivência, nem um curso superior nem anos a estudar.

É como a minha cunhada, que é médica, que agora teima em dizer que 37º não é febre. Não é febre, o caraças! Só porque é isso que se estuda? Quando eu tenho 37º estou literalmente às portas da morte e mal me mexo.
Mas isto não é para aqui chamado. Simplesmente sei, porque sei, que há coisas que se aprendem melhor com a experiência do que com o estudo. É como ser mãe. Toda a gente sabe que os conselhos das mães e das avós são 10 vezes mais preciosos que os conselhos do pediatra. Só porque são, e pronto.

Mas escrevo-te agora, provavelmente pela milésima vez neste mesmo blog, para te dizer olá novamente.
Já não falávamos há uns bons tempos, sobretudo depois das pequenas rasteiras que já me tentaste pregar ao longo da vida. Lembro-me da altura em que ficaste tão obcecada pela nossa amizade que nem me deixavas pensar em mais nada. E apesar de ter perdido 10kg, também perdi o sentido de humor, a vida pessoal, a energia para esboçar sequer um sorriso e, eventualmente, ganhei 15kg a seguir.
Sei que nem sempre és a melhor hipótese. Mas também sei que ganhei juízo ao longo da vida e já não me deixo enganar por ti tão facilmente.

Desta vez, não estou desesperada. Só não me sinto confortável, é isso. E como torci o segundo pé num espaço de um mês (Graças a Deus não há mais pés), sei que não me posso sequer mexer o necessário para sacudir esta pernoca que tanto precisa, de forma que sim, preciso um bocadinho da tua ajuda.
Mas repara, preciso da tua ajuda em doses moderadas, sãs, fáceis e acessíveis.

Se me pões com fome desisto rapidamente, se não me deixas abrir excepções quando as situações o exigem, nem penso duas vezes em dar-te outro pontapé no rabo.
Podemos voltar a ser amigas, não sei durante quanto tempo desta vez nem quero fazer planos, mas fica ciente, minha cara, que agora quem manda sou eu, e não tu!
Enfim, resumindo, here we go again!

19.5.09

a culpa é tua

O meu cabelo acabou de crescer aqueles 2 centímetros necessários para deixar de ser estranho e voltar a ser comprido. Ainda bem. Depois da mudança radical de visual em Janeiro, passou uma fase intermédia em que a franja já não era franja mas não me saía da cara e o cabelo tinha um tamanho enervante e um formato semelhante ao de um cogumelo, que me deixava bastante incomodada.
A culpa é desta minha mania de dar oportunidade aos cabeleireiros mais perto do escritório por achar que andaram todos na mesma escola quando na verdade se calhar está na hora de admitir que é preciso abrir os cordões à bolsa para não voltar a passar por uma fase-cogumelo durante mais uns meses.

Enfim, isto não tem nada a ver com o que me traz hoje à blogosfera.
Ontem fui jantar com duas amigas com quem já não estava há um ano e meio.
Sempre nos demos bem e sempre foram pessoas com quem estive à vontade e a conversar sobre tudo e mais alguma coisa.
A conduta de vida delas, que a mim sempre me pareceu chocante e de certa forma totalmente o oposto daquilo que sempre fui, sempre me divertiu e fascinou. Tudo o que me é totalmente desconhecido me fascina, é inevitável.
E divertia-me o facto de estar por dentro da cabeça daquelas miúdas que fazem tudo aquilo que eu sempre me recusei, vá lá, por até ter um certo respeito por mim própria, e ver que afinal nesses comportamentos não existe maldade nenhuma mas sim uma necessidade absoluta de diversão, procurada nitidamente nos locais errados.
Nunca as julguei. Também nunca lhes menti. As minhas opiniões também as divertiam e a minha versão dos acontecimentos, apesar de ser recebida em galhofa, penso que sempre teve mais impacto do que aquele que elas davam a entender.
Por exemplo, são as únicas amigas com quem sempre falei abertamente sobre sexo. Mas quando digo abertamente, digo realmente abertamente. Não falo de jogar ao “eu nunca”, em que ficamos com uma análise abrangente do grupo de amigas inteiro e em que chegamos à conclusão que todas fizemos e fazemos o mesmo.
Não. Falo daqueles pormenores que achamos sempre que os rapazes comentam em grupo nas nossas costas quando afinal compreendemos que eles até nos respeitam, não comentam nada, e nós comentamos tudo e mais alguma coisa, esquecendo o limite do que se devia e do que não se devia. Limite que sempre existiu apenas na minha cabeça, claro. Para elas é o mesmo que falar de fruta.

E portanto foi divertido fazer um update do último ano e meio a nível profissional, pessoal, amoroso e, como sempre, sexual.
Entre risotas e histórias, e admito que o meu último ano e meio teve histórias suficientes para este blog e muitos mais, chegamos finalmente ao ponto em que comentamos as relações presentes e passadas.
E é aí que eu entro na parte de embasbacada quando oiço relatos de relações que duram anos mas que no meio têm outras relações escondidas, casos escaldantes dignos de filmes picantes de Hollywood, verdadeiras tramóias pregadas às pessoas de quem, supostamente, gostam.

E cheguei a uma conclusão terrível.
Para a explicar tenho que voltar um bocadinho atrás.
Eu tenho um namorado, como é sabido. Que adoro, ainda mais óbvio. E ele tem uma coisa bem divertida que é ter uma imaginação fértil em que imagina os casos mais mirabolantes que eu possa eventualmente ter, acompanhados das mais perspicazes estratégias de dissimulação que poderiam alguma vez passar pela cabeça de alguém.
E isto não me incomoda por aí além porque sempre disse, pelo menos até ontem, que nenhum ser humano é capaz de tamanha traição à pessoa de quem gosta. Sobretudo se somos apenas namorados. E digo “apenas” por não sermos mais do que isso, ou seja casados, ou seja com uma obrigação mais séria de mantermos a nossa relação.

Ora, o meu raciocínio, sempre perspicaz, é o seguinte: se somos namorados, é porque queremos; se queremos, é porque gostamos um do outro; se gostamos um do outro é porque encontramos, um no outro, tudo aquilo que nos faz felizes; se temos tudo o que nos faz felizes, não precisamos de mais nada.
Eventualmente, se nos faz falta qualquer coisa, e se somos “apenas” namorados, então Ala que se faz tarde, vou procurar o que me faz falta noutro sítio porque, afinal, se me faz falta é porque tu não me dás, se não me dás não devo gostar de ti, logo, não quero ser tua namorada.
A mim, parece-me um raciocínio lógico que empurraria, achava eu, qualquer teoria de traição para fora dos parâmetros da relação feliz.
Achava eu.

E depois oiço estas histórias. Namoros de anos em que há casos de meses e meses com pessoas do trabalho. Mensagens apagadas a caminho de casa, juntamente com os relatórios de entrega e os registos de chamadas. Viagens, passeios, até fazer amor!, com outra pessoa na cabeça. Flores recebidas e levadas para a casa onde já se vive com o namorado e que se finge que se compraram. Viver na mesma casa com o namorado e com as flores do outro.

Coisas que sempre achei impossíveis mas que estranhamente me pareciam familiares. Onde é que eu já ouvi histórias tão impossivelmente arrepiantes?
Já sei. Na imaginação do meu namorado.

E portanto ontem, pela primeira vez não fui sincera com as minhas amigas. Não lhes disse o que pensava porque, em primeiro lugar não serviria de nada e depois elas iam-me achar uma tonta. Mas o que eu queria dizer era o seguinte:

- Olha a culpa é tua. A culpa do meu namorado fazer filmes é tua, toda tua. Porque ele imagina coisas inacreditáveis que não é suposto serem nunca praticáveis por seres humanos conscientes e afinal não lhe posso dizer que aquelas histórias não existem. Porque existem. E a culpa é tua. Agora não me posso defender com o típico “Quem faria uma coisas dessas??” porque agora a resposta existe. Aparentemente, uma miúda com a mesma educação que eu, gira, civilizada, educada, trabalhadora, simpática. Podia ser eu. Mas não sou, e como é que o provo? Fica difícil. E porquê? Não sei, mas a culpa é tua.

- E também é tua a culpa de eu ter tantas dúvidas em relação ao casamento. Porque imagino uma mulher de sucesso, com uma família de sonho e a vida que sempre quis, casada com o homem da vida dela e com três filhos pequenos, a luz dos olhos dela. E afinal imagino o marido de sonho dela a ter um caso com uma miúda de trabalho. E porque é que imagino isto? A culpa é tua, que és a namorada dele e não te consegues por no lugar dela. Que não imaginas a decepção dos filhos se alguma dia descobrirem, que nunca mais olham para o pai de mesma forma e que não compreendes que um dia, quando fores tu casada e se isso te acontecer a ti, nunca poderás dizer que não o merecias.

Como é que isto é possível??? Penso na cara que fiz quando te fiz esta mesma pergunta e na tua cara a responderes-me, a meio da história entusiasmante que relatavas como quem relata um novela “ah, sim, é essa parte que queres saber”.
E oiço o chorrilho de disparates, verdadeiras desculpas que só têm validade dentro da tua cabeça, que fazem com que consigas acordar e adormecer todos os dias. Ele também nunca foi fiel. Ele a mim ama-me, é verdade. Só não a larga porque eu nunca lhe pedi. Não pára de me mandar mensagens, ainda nem começámos a jantar e já me mandou seis. Por favor! Mensagens enviadas em casa enquanto janta com a mulher? Quem quer essas mensagens?

Enfim, enervei-me agora a escrever isto.

Ao meu namorado só me resta dizer que vou até ao fim do mundo para lhe provar que seria incapaz de tal coisa, seja ela qual for das acima relatadas. Faço tudo o que for necessário. Mas lá que não me apetecia ter esse esforço todo… isso não me apetecia.
A mim parece-me tão óbvio que sou boa pessoa e que nunca o magoaria. Mas afinal… ela é também é boa pessoa, juro que é. Como é que eu consigo provar que não sou assim?
Enfim, fica para as cenas dos próximos episódios.

picture of the day


Um rinoceronte nascido ONTEM! dia 18 de Maio, num zoo no norte de Inglaterra. Pura e simplesmente perfeito.
Eu sempre disse que quando engravidasse ia ficar do tamanho de um hipopótamo, que é um bocadinho mais rechonchudo que o rinoceronte, mas afinal olhando para o tamanho do bebé... se calhar vou ter cuidadinho.
(Imagem: Reuters Pictures)

15.5.09

tonta

Esta é a situação em que a namorada típica ficaria chateada.

Não que tivesse razão, que isso normalmente nunca se tem ou dificilmente é uma prioridade. Mas lá que ficava chateada, isso ficava.
Há assim uma série de situações que, mesmo sem razão para tal, entram inquestionavelmente no campo de situações pelas quais temos o direito de nos chatear, mesmo sem necessidade. Isto é assim uma verdade globalmente aceite, faz quase parte da lei dos relacionamentos.
Tão verdade que os próprios namorados já conseguem prever e, sem questionarem, até aceitam!
(E isto por muito estranho, ou mesmo estúpido que pareça. Estúpido de ambas as partes.)

É tipo sair à noite. Vais sair à noite? Podes ir, não me importo. A sério, fico bem, hoje queria ver televisão. Ah mais vais mesmo?? Chegaste às 6h? Estou a ver essa noite, depois admiras-te que eu também vá. És inacreditável.

E, de uma forma qualquer absolutamente miraculosa, este argumento absolutamente estúpido é impressionantemente aceite por ambas as partes como válido e ele dá-lhe razão, provavelmente para a calar, e ela fica realmente amuada, como se lhe valesse de alguma coisa.
Ainda esta semana jantei com as minhas amigas, uma lufada de ar fresco a meio de uma semana de trabalho de doidos, e uma delas fez uma queixa semelhante do namorado.

Acha indecente, vá-se lá ver, que ele queira ir para o Sudoeste de bicicleta com os amigos. Vai demorar 5 dias, vai dormir sabe-se lá onde, cada dia num sítio diferente. Um programa totalmente fora do normal.
Esta perspectiva de “namorada” é das coisas mais enervantes que existem.
Apetece-me, e tentei, dar-lhe um abanão (apesar de que apenas verbal) e dizer-lhe:
- OI! Esse programa é o máximo! Qual é o teu problema??
E ela ficou pasmada…
- O máximo? De bicicleta? Só rapazes? 5 dias?

E eu fico sem resposta. Ela entrou na filosofia de pensamento em que tudo o que não existia previamente na relação só surge para arruinar uma estabilidade que, na minha opinião, é mais forçada que real. E contra isso não há argumentos.

E como eu própria, no passado, já fui mais que vítima da facilidade que é entrar nesse rodopio obsoleto de falta de capacidade de raciocínio, tentei ao máximo, nesta minha relação que todos os dias me continua a parecer tão recente, nunca ser assim.
Uma mistura de defesa para não me deixar magoar outra vez tão facilmente mas também uma vontade enorme de não me transformar na namorada infernal em que todas nos tornamos passado um tempo, tentei desde o início usar a cabeça na gestão diária de uma relação que, se já o era no início continua a ser agora, é perfeita.
Para isso foi preciso, nada mais nada menos, do que avaliar cada situação pelo que ela é e não pelos padrões pré-estabelecidos de tudo aquilo a que tenho “direito” de me chatear só porque sou namorada, menina e, claro, insuportável.

Assim sendo, as discussões, se surgiram, foram raras. Os amuos, sempre temporários. E até os meus ataques de mau feitio, que admito que os tenho, acabam por passar quase sempre com uma simples gargalhada.

Mas hoje está a ser mais difícil vestir a camisola da namorada inteligente e que sabe que, no fundo, lá no fundo, não tem razão para se chatear.
Há dias em que não há tanta força, há situações menos fáceis de contornar. Dias em que me apetece ser só a menina birrenta e arranjar mil razões, inventadas mas quase plausíveis, para o encher de culpa e me compensar com toneladas de mimos.
Sei que não posso ser assim e também não vou ser aquele outro tipo de namorada, igualmente horroroso mas também tão frequente, que não diz o que tem, ou diz que nada tem, mas fica de trombas todo o dia. Esse tipo de namorada que também já fui.
Ora ou há um problema ou não há. Fazer género é que não, que eles são rapazes e se paciência têm pouca, percepção para ler nos olhos o que se passa, ainda têm menos!

E portanto tenho passado a minha manhã a tentar engolir esta grande bola de orgulho que me está entalada na garganta. Mas empurro com água, com razões lógicas, com argumentos válidos… e ela não desce.
Hoje não. Hoje quero os mimos. Hoje quero que me perguntes mil vezes como é que foi a minha noite, se estive bem. Porque não estive.
Posso não ter razão, sei que não fizeste nada de mal, nada por mal. Sei que gostas de mim e que tens tomado as decisões melhores para me proteger.

Mas parte de mim ainda é criança e namorada-tonta e quero fazer a minha birra à vontade e quero que me compreendas… Mesmo que seja só para me calar.

25.3.09

abismo

Estou desocupada. A primeira pausa em dias!
Ainda assim, tento não respirar muito fundo. No momento em que o fizer, vai-me cair em cima tudo o que vem atrás de mim, a perseguir-me como uma sombra. Um muro de telefonemas por responder, mails até por ler, pessoas à espera. Um muro de mães e pais que mal me vêm, amigos com quem estou em falta.
E com isso ainda não podia aguentar. Hoje ainda não. Ainda não passou esta fase! A calma é só temporária, é só um bonança antes da tempestade.
Amanhã começa tudo do zero e eu aí é que vamos ver de que estofo sou realmente feita… Se estas insónias todas as noites e as dores de estômago incontroláveis todas as manhãs estiverem para ficar, então está feito, não sou feita do material que é necessário para dar este pulo que querem que dê. Mas tenho esperança que passe, que corra tudo bem. No fundo, segundo me dizem, não há razões para que não corra.
Mas ainda assim não consigo deixar de sentir que há uma estranha sensação de confiança nas minhas capacidades, sentida por toda a gente que me rodeia! Confiança essa que é não só gigante em comparação com a minha confiança em mim própria como também altamente desproporcional em relação às razões que eu realmente dei para que fosse sentida essa confiança em mim.
Às vezes acho que é para despachar. Ah tu és fantástica, assim é que é, vai correr tudo bem. Com isso posso eu bem, também sou muito boa a soltar frases por obrigação. Outras vezes já me assusta mais. Pessoas com ar sério a dizer que acreditam totalmente em mim, que sempre viram que eu tinha asas para voar, que estavam à espera que isto acontecesse a qualquer momento.
Estavam???
Então porque é que eu não estava?
Onde é que isso estava escrito, para ser tão evidente? Se eu soubesse, não tinha achado que me iam despedir, quando ia a caminho do gabinete do director geral, com um andar lento e pesado como quem se dirige para a guilhotina!
Mas enfim, o que interessa é que vem aí uma fase nova.
De uma maneira estranha, acabou por dar uma volta bem grande à minha vida. As prioridades andavam meias difusas e agora, de um segundo para o outro, não há sequer lugar para confusões. Ou estás aqui a 100% Maria Rita, ou estás fora rapidamente!
E na verdade, isso incomoda-me bem menos do que seria de esperar. Não que eu não soubesse que gostava de passar por isto, sempre soube. Sempre quis ter “aquele” trabalho que exigisse de mim uma dedicação total e a verdade é que nunca me tinha sido dado essa oportunidade… exigem sempre de mim um bocadinho menos do que aquilo que eu sou capaz de dar, e isso desmotiva-me e muitas vezes até me prejudica!
Desta vez não há margem para dúvidas… Isto passa à frente do resto da minha vida. É só uma fase, provavelmente. Mas noutra fase, quando eu olhar para trás e me lembrar desta, provavelmente vou saber que seria sempre esta a minha forma natural de reagir neste momento!
Claro que dava jeito, possivelmente, não estar tão perdidamente apaixonada. Tornava mais fácil decidir “Olha agora só me interessa o trabalho e mais nada, mais nada, mais nada.” Mas provavelmente também não tornava esta fase da minha vida uma fase tão completa e tão feliz… a verdade é que se fosse tudo fácil, perdia a piada.
E assim tenho entrado neste momento de gestão de prioridades em que as principais vão sendo geridas dia após dia, com passinhos de bebé e a equilibrar tudo para não deixar nada cair, mas com esta nuvem que me persegue e me diz constantemente que não estou a ser suficientemente boa. Porque se o fosse, conseguia ainda lembrar-me de retribuir todos os telefonemas que recebo ao longo do dia e sei que não posso atender, dar novidades a quem as espera e ainda estar com pessoas com quem não estou… sei lá eu há quanto tempo!
Enfim… Voltei aqui só para dar sinais de vida no meio desta cambalhota na qual estou enrolada.
Não consigo dormir, acordo com dores que às vezes fazem com que não me consiga levantar. Mas no fundo, não estou nervosa, nem stressada. Só quero viver esta fase ao máximo. Sentir a mudança à minha volta, deixar-me levar por ela, ver onde vou parar.
Posso não dormir, posso não acordar bem. Mas quando saio de casa de manhã, no meu carro novo ao longo da marginal, vou de sorriso na cara. E quando volto ao fim do dia, ou à noite, ou mesmo às 2h da manhã como é costume porque a vontade de namorar é mais forte que o cansaço, continuo de sorriso na cara.
Sinto-me à beira de um abismo, do fim de tudo o que ficou para trás até agora, mas sem medo nenhum de saltar. Venha o que vier! O que for importante, quem for importante, eu sei que vem comigo à mesma.

1.2.09

raining

Desde pequenina que sempre fui sozinha para casa. Para dizer a verdade, desde os 7 anos.

Visto com os olhos de hoje, é uma verdadeira loucura. Já ninguém põe uma menina de 7 anos num eléctrico e lhe diz para sair 5 paragens depois, depois de ver passar A Nortenha, o Palácio Anjos e o parque infantil. Pensando bem, já nenhuma menina de 7 anos sobrevivia sequer a 3 paragens seguidas dentro de um eléctrico.

É pena, como tudo mudou.

A começar pelos eléctricos.

Eram tão pequenos e simpáticos, com o interior de madeira e os bancos estofados a castanho. Parecia que tinham uma cor velha de propósito, para além de realmente o serem. No fundo, devem ter sido raras as vezes em que me sentava. Iam sempre cheios, de tão pequenos que eram, e mesmo que me sentasse rapidamente uma velhota me lançava um olhar aterrorizador e eu lá me levantava num ápice para lhe dar o lugar.

Sempre me enervou, a maneira como elas pediam os lugares. Como se exigissem. Como se o facto de eu me ter sentado após um dia inteiro de aventuras e travessuras no colégio fosse o mais horrendo crime à face da terra. Nem reparei que não havia mais lugares vagos, raio da velha!

Mas pronto, infelizmente, até isso mudou. Há coisa de um ano tive que andar de autocarro porque o meu carro estava na revisão e entrou uma velhota. Nem tive tempo de lhe dar o lugar, desta vez já de livre vontade, porque ela decidiu lançar o seu olhar aterrorizador para a senhora que estava à minha frente. Chamo-lhe senhora mas vai na volta até seria da minha idade ou pouco mais velha. Há dias em que até já me chamam "isso" a mim, imagine-se!

Pois a velhota nem teve tempo de se arrepender, levou uma desanda inacreditável da tal senhora! Pois quem julgava ela que era, para entrar no autocarro ao final do dia a exigir um lugar para se sentar?? Pois se nós andamos de autocarro é porque temos que andar e porque passámos o dia a trabalhar, estamos cansados e queremos ir para casa sentadinhos, que é o que merecemos. Pois se a senhora quer passear, então que passeie mas não venha cá exigir lugares porque para isso anda de autocarro sem ser à hora de ponta, que é quando se passeia! Onde é que já se viu? Eu, que trabalho, levantar-me para dar lugar a uma pessoa que anda aqui só porque bem lhe apetece?

Fiquei chocada. Horrorizada. Arrependida de todos os momentos em que em pequenina não fiz até um sorriso quando me levantei e não disse: "faça favor!".

Mas continuando. Mudaram os eléctricos e mudaram-se as vontades (como sempre) mas acho que nem só por isso já deixou de se mandar as meninas de 7 anos para casa sozinhas.

Já nem falo dos pedófilos, essa raça em expansão contínua que deixa toda e qualquer mãe aterrorizada e a roer as unhas o dia inteiro, falo até mais da quantidade de gadgets que uma criança precisa para andar por aí! O telemóvel, a carteira, os euros e todas essas preciosidades. Devo ter crescido no século passado porque na verdade não havia nada em mim que apetecesse assaltar além dos meus deliciosos caracóis!

Todos, todos, todos os dias lá ia eu de eléctrico para casa. Sozinha e de mochila às costas, de passe ao pescoço e com mais nada de valioso. E mais tarde fui para o liceu e lá continuava eu a ir, já sem farda e com o passe numa carteira, de mochila às costas já cheia de amigos. Tantas vezes havia em que não ia de eléctrico para esperar pelo 51 e ir com toda a gente que ia para Miraflores… e o 51 demorava horas a chegar ao liceu, horas a chegar a casa e ainda tinha que andar mais 10 minutos do que se tivesse apanhado o eléctrico.

E em todas estas alturas, do que eu mais me lembro era da chuva. Lembro-me que chovia, chovia e chovia. Os guarda-chuvas faziam questão de se deixar esquecer por cantos e recantos das escolas e eu tantas vezes que chegava a casa ensopada até às cuecas.

Lembro-me de ser pequenina e de subir a minha rua à chuva, de farda pelos joelhos e de joelhos ao léu, e de pensar: "Como é que Deus não percebe que não pára de chover há dias e dias e que já está tudo infeliz com esta chuva? Como é que é possível?".

Acho que nessa altura punha em Deus bem mais responsabilidade do que aquela que lhe cabe, mas se não o fizesse não estaria a ser uma boa pupila das centenas de freiras que me rodeavam durante todo o dia.

Passados tantos anos dei por mim a lembrar-me desse momento, por muito ridículo que tenha sido. E lembrava-me dele por uma razão muito específica: porque nunca mais chovia dias e dias seguidos! Nos últimos Invernos dei por mim a perguntar-me se será que tinha imaginado aquela chuva toda em criança e, se sim, porque é que me lembrava daquele grito de desespero a subir a minha rua? Terei inventado? Terá sido a minha imaginação a pregar-me uma partida?

Se não inventei, então porque é que já só chove uma hora seguida de cada vez e depois pára?

Porque é que entre cada dia de chuva aparecem 4 dias de céu azul?


E portanto estas últimas semanas até me tenho sentido bem com esta chuvada interminável. Tem-me sabido bem, tem-me levado aos tempos em que era pequenina.

Parece-me normal. Por muito parvo que seja, sinto tanto a falta de coisas que ainda são normais. Simples. Que não mudam. Está a chover há dias. O meu carro tem os limpa pára-brisas sempre ligados. O guarda-chuva é o meu melhor amigo e já não se deixa esquecer em canto nenhum. Mas é normal! E ainda chove! E por muito que eu rezasse, que por acaso nem rezo porque esta chuva me tem feito feliz, nunca iria parar de chover só porque eu decidi que estava farta. Porque é Inverno!

Tão bom.


7.1.09

Goodnight Kiss

Passa da meia noite e a apresentação é amanhã... Mas é sempre assim, até a minha mãe se ir deitar nem penso em começar. Não consigo, nesta casa pura e simplesmente não me consigo concentrar sempre rodeada de gente. Por muito que saibam que estou a estudar ou a trabalhar e que não quero ser interrompida, vêm sempre perguntas e perguntinhas, inúteis e desnecessárias de quem quer mais marcar presença do que realmente obter uma resposta.
Nunca pensei que em toda a minha vida nesta casa, após anos da normal perseguição fraternal e outros tantos de adolescência complicada em que ter favolas e caracóis não faz maravilhas pela nossa auto-estima, nunca pensei que o mais difícil fosse mesmo ficar filha única.
Mas é o que sou.
Manos casados e cheios de filhos e eu de repente sozinha com duas pessoas numa casa que sempre foi de 6 no mínimo.
Mas adiante, que se faz tarde.
As perguntas começam, do outro lado da camilha. Quer companhia? O que é que está a fazer? Já tem tema para a tese? Mas devia pensar nisso, não era? Já tem quem a oriente?
Não é preciso, obrigada. Não estou a fazer nada. Não tenho tema. Sim devia pensar, vou ter orientador mais tarde.
É tudo mentira, estou a fazer várias coisas, incluindo escrever no meu blog e ver a A Patologista, já tenho tema de tese e estou a trabalhar nisso agora mesmo e realmente tenho que pensar no meu orientador. Mas não me apetece responder. Estas conversas já não são o que eram, por muito que me custe admití-lo.
Mas o que me enerva é que quando é mesmo, mesmo necessário, só me consigo concentrar sob pressão. No último momento. O prazo é amanhã e eu escrevo no meu blog. E escrevo porque tinha um pedido para escrever. Porque não tenho escrito e até me tem passado imensa coisa pela cabeça para eu escrever mas nunca pareço ter um computador à mão.
E antes de escrever no blog, antes de ser meia-noite, trabalhei? Não. Fui beber um cházinho à praia e antes disso estive a ver televisão porque me era impossível concentrar-me na minha tese antes de ir beber um cházinho. Primeiro tinha que matar saudades, senão não me conseguia concentrar.
E não matei! Nem por sombras. Mas nunca mato, nunca matamos. São sempre horas que voam em minutos e um "até já" que dura anos a passar. Mas não me posso alongar sobre este tema, que tenho que ir trabalhar. Vou-lhe só escrever um mail, assim pequenino, um goodnight kiss.