24.9.08

more air!

Também era muito capaz de fazer uma pausa na minha manhã de trabalho e escrever um documento interessante e, quem sabe, até digno de publicação, sobre a seguinte palavra:

"posticipar"


Só tenho uma coisa a dizer: WTF???

Oiço esta palavra frequentemente, talvez semanalmente.
Mas ouvi ontem e ouvi hoje logo pela manhã, de maneira que decidi que tinha que exteriorizar os meus sentimentos de raiva profunda antes que salte por cima da minha secretária, pegue na minha directora de marketing e a abane até ela cuspir todas as palavras absolutamente surreais que às vezes lhe saiem da boca para fora.

É que eu até já aprendi a conviver com palavras como scannar ou scanalizar, ditas por pessoas que têm aftas estranhas debaixo da língua e dificuldade em pronunciar correctamente a palavra digitalizar.
Tudo bem.
Tenho que ser compreensiva, aftas é chato.

Mas posticipar é pior que tudo o que alguém deverá ser forçado a ouvir ao longo de toda a sua vida!
Posticipar é a desculpa mais parva de sempre que alguém pode usar para mostrar que sabe dizer em inglês a palavra postpone. É que postpone é uma palavra gira, bem sei, eu própria tento dizê-la muitas vezes apesar de me ser difícil encontrar o contexto certo em que ao mesmo tempo queira adiar qualquer coisa e me encontre, simultaneamente, a falar inglês.
Mas fica a intenção, é uma palavra lindíssima.

Ainda assim, a sua adaptação absolutamente parva para a nossa língua não tem qualquer desculpa plausível e eu estou a segundos de tentar referir, de forma educada e sem ser despedida de seguida, que dizer "adiar" tem tal e qual o mesmo significado e ainda a vantagem de, do ponto de vista do receptor da mensagem, ser muito melhor compreendido.




Estaremos de mau humor ultimamente?
Não!

Mas pelo menos já não estou a posticipar tanto as minhas escritas na Tarte de Limão.

23.9.08

fresh air ...please

Era capaz de, assim de surra e sem ninguém reparar, dar um pequeno pontapé no escadote do senhor que me está a arranjar o ar condicionado e ele caía redondo no meio do chão.
Não que tenha alguma coisa contra ele especificamente, claro que não. Tenho mais contra os ares condicionados ligados para me regelarem até à medula, programados para 17 graus centígrados quando se está muito bem com a temperatura real, seja ela qual for. Daí que o facto de ele o vir arranjar vai apenas contribuir para o meu mau feitio incontrolável.
Não sei, isto é só uma opinião. Mas no Inverno, quando estão 17º, eu estou de gola alta e até, possivelmente, de luvas ou cachecol. No entanto, há por aí pessoas, e tenho a sorte de ter logo duas fechadas comigo na mesma sala, que acham que pronto, se está um bocadinho de calor, e eu acredito que possa estar apesar de eu não sentir calor nenhum, o ideal será mesmo levar com um vento gélido em cima da cabeça e ficar até a pingar do nariz como se estivesse a nevar.
É engraçado. Eu por mim aniquilava toda a esta raça da terra. Este tipo de pessoas que não sabem respirar ar puro e mal se encontram em algum lado fecham janelas e portas para conseguirem respirar todo o ar que esta bonita máquina lhes despeja para cima. Vá-se lá ver, o que seria, respirar-se um bocadinho de oxigénio verdadeiro… vai na volta ainda se apanha uma alergia valente e aí termos sarilhos!
Até porque, se pararmos para pensar, não estamos nem no pingo do Verão, nem no pingo do Inverno, nem em nenhum país com temperaturas extremas insuportáveis. Estamos em Portugal, com o nosso clima temperado, é início de Outono e está um dia lindo e uma temperatura óptima… Mas não! Estamos três pessoas fechadas na mesma sala e abrir uma janela pode trazer alguma infelicidade terrível, como entrar luz… ou ar! Vamos rodar um pouco os estores novos, são tão giros, porque a luz ainda nos pode fazer dores de cabeça. E a janela é melhor ficar bem fechada para podermos ligar o ar condicionado que já funciona, que sorte!

Mas pronto, não posso apagar da minha existência esse tipo de pessoas porque ainda ia abranger pessoas como o meu pai e outras tantas ou quantas pessoas das quais até seria capaz de sentir falta eventualmente.
Daí que seja mais simples, pura e simplesmente, livrar-me dos senhores que vêm arranjar os ares condicionados, dando um pequeno pontapé no escadote e o senhor a ir para o hospital com uma lesão qualquer insignificante que o permitisse fazer tudo o que quisesse na vida, menos voltar a subir escadotes para arranjar ares condicionados.

Mas calma, eu não queria escrever nada em que fosse tão evidente que esta situação me deixa, diariamente, algo chateada.
Era só uma introdução para outro tema qualquer que se iria seguir, porque tenho que recomeçar a escrever qualquer coisa que não desista passado um parágrafo.
E juro que esse tema, fosse qual fosse, não era continuar a maldizer a salinha na qual me encontro neste segundo específico…
Mas! Há sempre um mas! Vejam se me acompanham neste raciocínio e vejam se será que tenho, ou não, razão.

Vieram montar estores novos. Bem bonitos, que correm para os lados e abrem a partir do meio e deixam descoberta uma parede inteira de vidro que nunca, nunca vai estar visível porque a natureza é o pior inimigo do Homem! Vieram também arranjar o ar condicionado, disso já falei.
E não podemos esperar, certamente, que os três senhores que estiveram mais de meia hora enfiados aqui dentro a fazer trabalhos físicos árduos cheirassem bem… Claro que não.
E o que fazer quando se vão embora?
Já sabemos que as janelas foram construídas para estarem fechadas, os fechos e puxadores são pura coincidência e também desconhecemos a existência de velinhas com um cheiro bom, fazer uma pausa e ir arejar enquanto a cheiro sai da sala. Nada disso.
Cheira mal? Põe perfume.
Perfume!
Numa sala mínima!
Perfume é tóxico!
Tem álcool!

E calma, há perfumes e perfumes.
Não estamos a falar de por, por exemplo, o meu perfume, que é um belo exemplar e ainda assim eu dispensava ter que o respirar tão intensamente.
Também não estamos a falar de por o perfume de qualquer uma delas, não.
Estamos a falar do momento em que pegam no terrível frasquinho verde, do qual tenho pânico desde que entrei para aqui, e borrifam toda a sala de cima abaixo com aquela fragrância repugnante. E nem vou falar do facto de ter a minha garrafa de água aberta e portanto agora já nem água posso beber porque deve saber a perfume verde.
Estamos a falar, nem mais nem menos, de um perfume descontinuado.
Descontinuado porque já não está à venda, foi retirado, não existe.
Foi retirado porque não vendia.
Não vendia porque era péssimo. Uma vergonha. Um enjoo.

E é a isso que sabe a minha boca, que cheira a minha roupa, o meu cabelo, o meu ser!
A perfume verde!

Preciso tanto de apanhar ar.

15.9.08

big calm

Quando estou sozinha reconsidero tudo.
Páro e penso que tenho que me acalmar, que não é possível. E não é, simplesmente, porque não é.
Porque uma coisa destas não surge, não pode surgir do nada. E um aviso? Não há? Não podia haver um sinal que me avisasse? Que me tivesse dito que isto ia acontecer, que era possível?
Nada.
Não estava preparada.
E então, sempre que dou por mim sozinha forço-me a pensar com mais força. Tenho que ser racional e isto é bom de mais para durar.
Não é possível que seja real.
E por isso mesmo, martelo e volto a martelar com os meus pensamentos em cima das minhas emoções, coitadas, aos saltos e tão agitadas pela primeira vez em tanto tempo que nem percebem o que lhes cai em cima.
E eu martelo com mais força ainda, faço-as acalmarem-se e perceberem que já não pode ser assim. Já não temos 15 anos! Temos que por os pés no chão ou o mais certo é magoarmo-nos mesmo quando cairmos daqui abaixo.
E magoavamo-nos... a esta hora já dava para isso.
Mas elas não me ouvem, e felizmente, tenho que admitir.
Saltam e saltam ainda sem decidirem que tipo de emoções são. Só sabem que existem e que fazem tudo andar mais depressa, mais à roda, sem sentido nem direcção.

E tudo isto porque de vez em quando deixo de estar sozinha e chega aquela hora do dia em que percebo que é tudo verdade.
Que tenho 15 anos, que o mundo é um conto de fadas, que tudo é possível.
Que ainda existem borboletas dentro do estômago aos saltos, que ainda existem beijinhos que duram mil horas seguidas e que ainda assim são curtos de mais.

Não é possível que seja tudo verdade. Não, não me posso convencer.
É impossível!

5.9.08

Change of subject



Grupinho de férias ...round 2 :p