30.8.07

Um balão mais vazio

Falta um bocadinho mínimo de mim. Há um bocadinho de mim que está triste. Com menos energia, com menos vontade de sorrir.
Se calhar é suposto. Se calhar faz parte.
Se calhar é como tu dizes. Se calhar o nosso coração tem diferentes compartimentos e precisamos, cada vez mais e à medida que crescemos, de os ter preenchidos.

Se calhar até tem compartimentos que desconhecemos porque nunca ninguém os encheu de amor, porque ainda não chegou esse tipo de amor. Mas depois de chegar, uma vez que seja, por um segundo que seja, precisamos dele para sempre.

Imagino estes "compartimentos" como pequenos balõezinhos que, quanto mais cheios estão, mais ar têm lá dentro.
Quando não têm nada lá dentro ficam vazios, pequeninos, e o vazio que causa o espaço que deveriam ocupar não nos deixa descansar nunca. É um vazio que nos acompanha sempre.
E às tantas isto é triste porque no fundo tenho um balãozinho vazio e não posso fazer nada por isso. Nada que o tenha enchido no passado, que me tenha deixado preenchida e ao meu coração, existe agora. Mas também não quero que nada disso volte.
O que me preencheu outrora não o faria neste momento. Porque o balãozinho não se enche só com o amor que recebemos, mas também com aquele que sentimos. E esse amor eu sei que já não sinto.
No entanto, habituei-me a ter esse bocadinho de mim preenchido e constantemente alimentado e pergunto-me se será que só me vou voltar a sentir eu própria, completa e preenchida, quando esse balãozinho voltar a estar cheio.

Porque não queria, não queria mesmo, ser dependente disso.
Queria que todos os outros bocadinhos de mim que estão tão satisfeitos com tudo o que faz parte da minha vida fossem suficientes. Queria que eles percebessem que há um espaço em branco no meu coração e que todos eles inchassem mais um bocadinho para ocupar esse espaço.
Queria sentir que tudo o que tenho, porque já tenho tanto, é suficiente.
Mas há tantas vezes em que sinto que não é... Momentos em que tenho saudades de alguém que nem existe, de palavras que nem sei quais são. Vontade de partilhar, de dar mais de mim, a uma pessoa que nem sei quem é. Nem quero saber. Sei que este não é o momento de ter uma pessoa assim na minha vida.
E, ainda assim, se calhar este vazio pequenino que não me larga faz mesmo parte desta fase que eu tenho que passar. Para crescer, para ser mais forte, para ter força para continuar.

Se calhar é assim que eu estou porque é assim que eu tenho que estar.
Se calhar esta fase só vai passar quando eu deixar de querer que ela passe.
Quando aprender a gostar de mim sem precisar que outra pessoa goste mais do que eu.

Até lá vou ficando cada dia mais satisfeita com tudo o resto que tenho. Porque estou, isso é verdade.
Amigos como nunca, uma família cada dia mais perfeita, um trabalho que cada vez gosto mais e tantos, tantos outros pormenores da minha vida e tantos momentos pelos quais espero ansiosamente, para os quais faço contagens descrescentes todos os dias que passam.

Todos os pequenos compartimentos do meu coração que têm ar lá dentro, quase que rebentam de tão cheios que estão. E eu só tenho que estar feliz por isso. Só tenho que me mentalizar que tudo isto é, tem que ser, suficiente para eu ser feliz. Porque eu sei que sou feliz.
Em relação ao que falta... Talvez esteja na hora de compreender que se calhar faz parte fazer-me falta neste momento da minha vida.

29.8.07

Barcelona - um resumo?

Um resumo... um resumo...

Não sou a melhor a escrever resumos. O mais certo seria apagá-lo passado um bocadinho. Qualquer resumo seria sempre incompleto e eu ficaria obcecada com pormenores que me escapariam.
Ou então demoraria anos a escrevê-lo e poria todos os pormenores e o resultado final seria um texto absolutamente chato e reflexo da minha observação excessivamente minuciosa de tudo o que me rodeia.

Um resumo é difícil.

Ultimamente pedem-me sempre resumos. Não sou boa a resumir. Acho que resumir implica sempre seleccionar os melhores momentos e escrevê-los. E, se escrevê-los, só por si, já lhes tira alguma parte da sua magia, nem na selecção se pode confiar porque mudo de escolha de 10 em 10 minutos.

A culpa é minha, bem sei. Minha e do Sudoeste. Pedem-me resumos porque escrevi um resumo detalhado do fim-de-semana do Sudoeste. O que não se lembram, já percebi, é que quando fiz esse resumo não estava totalmente em mim. Estava ainda na noite anterior e a 300 quilómetros do computador.

Ainda assim é bom sinal. É sinal de que o meu blog está a ser um sucesso. Fico tão feliz. Adoro que as pessoas de quem eu gosto gostem de ler sobre mim, sobre o que penso, sobre o que tenho a dizer. Tem mesmo importância para mim. Olhem só para isto:

"E por falar na tua vida, estive a devorar o teu blog (que é a tua cara) e dei por mim a rir às gargalhadas sozinha com os teus textos. Ler-te é estar a conversar contigo, é ouvir-te ao vivo e a cores é sentir que estou ao teu lado. E as saudades, Ritinha? Ai as saudades que me vieram ao ler as tuas pormenorizadas descrições, os teus desabafos, os teus simples comentários, as tuas histórias, o teu dia a dia!!! ADOREI E VOU PASSAR A SER UMA LEITORA ASSÍDUA!!"

Isto vindo da China e de uma pessoa que eu gosto tanto, como é a minha querida e adorada Maria, é um elogio de todo o tamanho!
Pronto, voltando a Barcelona!
Barcelona é um sonho, é um espanto, é uma maravilha. Não há palavras.
De todas as viagens que já fiz, todas mesmo, é a única que dou por mim a pensar (e a dizer, e a escrever!): quero voltar!
Quero voltar. Quero voltar.
Rapidamente.
Ainda não foste a Barcelona? Queres companhia? Eu alinho.

Apetece-me ir com todo o tipo de pessoas, com todo o tipo de programas.
Amei o ambiente, as pessoas na rua, a animação, a quantidade de nacionalidades de toda a gente em todo o lado.
Adorei falar com pessoas que nunca tinha visto, saber porque é que estavam ali, desde quando, até quando, a fazer o quê e porquê.
Desde canadianos, a mexicanos, a argentinos, a americanos e, claro, a espanhóis.
Amei conhecer a cidade inteira durante o dia, adorei ver arte em todo o lado, adorei as ruas lindas de morrer e o mar mesmo ali ao lado.
Adorei as noitadas até às tantas em discotecas tão grandes como nunca imaginei que fosse possível ou tão pequenas que podiam ser o meu quarto. Adorei fazer parte de um grupo que, por uma noite que fosse, parecia um grupo de amigos desde sempre.
Adorei termos sido recebidas pelo Javier que foi essencial para nos levar a todos os sítios certos. Da noite às tapas, etc.
Até adorei só ter dormido 3 horas e ter andado morta durante o dia para ter adorado ainda mais dormir a siesta.
Adorei ter percebido que as aulas de espanhol que tivemos no último semestre foram mesmo muito úteis e que o meu castellano se saiu lindamente! Adorei ter perdido a vergonha e ter percebido que sou perfeitamente capaz de me desembaraçar nessa língua espectacular.

Adorei tudo.
O que não adorei, fazia parte não adorar, para que pudesse mais tarde adorar toda a viagem. Se tivesse sido perfeita de mais, não seria perfeita.

Não consigo resumir mais que isto. Não quero que o blog me substitua.
Quero contar as coisas à medida que me for lembrando, quero estar com vocês quando me lembrar.
Quero-vos mostrar as fotografias.
Quero matar saudades de toda a gente.
Sim, porque fiquei com saudades em apenas 5 dias!

24.8.07

Férias de Verão - Capítulo IV

Nos últimos dias tem sido maior a excitação nas pessoas que me rodeiam, no que diz respeito à minha viagem a Barcelona, do que a minha própria excitação.
Não sei bem dizer porquê.
Parece-me que não estive mentalizada, consciente de que seria já amanhã (hoje!).

De facto, de que é que isso me servia? Não ia ter tempo para fazer as malas, não ia ter tempo para fazer a depilação, não ia conseguir fazer tudo o que teria a fazer no trabalho e ainda me iria esquecer de mil coisas. Não valia a pena.
Não pensei no assunto.

E foi melhor assim. Esta semana foi uma confusão.
A tentar à força toda combater uma gripe que teimava em vir ao de cima (mas não veio) e a esforçar-me a todo o custo para acabar a minha 3ª revista Oh-Lá-Lá (não acabei mas não há problema).

Só hoje, perto das 17h30, depois de escrever 18 artigos sobre produtos de tratamento de cosmética seguidos, é que comecei a ganhar consciência do pouco que faltava para a viagem.
Não consigo explicar porquê, mas quando pensava em coisas importantes das quais não me podia esquecer, só me lembrava de coisas ridículas.

Passo sempre os dias anteriores a uma viagem a repetir para mim própria aquilo que seria realmente grave esquecer-me. Mas desta vez, no entanto, parecia estar constantemente a lembrar-me de duas coisas: a morada do meu irmão em Macau e as minhas havaianas cor-de-rosa.

Não sei qual destas duas coisas a mais inútil. A morada é, como é evidente, para lhe enviar um (o) postal de Barcelona. As havaianas cor-de-rosa porque são as mais confortáveis que tenho para andar quilometros sem parar.
Nada disto é essencial, porque o meu irmão sobrevive muito bem sem um postal meu e eu sobrevivo muito bem com outro par qualquer de havaianas que por aí tenha (e não faltam!).

Ainda assim, eram sempre estas as duas coisas que me saltavam à cabeça cada vez que pensava em coisas importantes. Isso e a pílula. Outra coisa insignificante! Só mesmo porque isto de recomeçar a tomar a pílula custa a entrar nos hábitos e ando a tomá-las às 3 e 3 como a nossa querida amiga e calculo que não me ande a fazer nada bem.

Moral da história! Faltam 10 horas e 10 minutos para o avião descolar e só agora é que acabei de fazer as malas, a depilação, imprimir as reservas do avião e do alojamento e definir tudo o que vai comigo no avião.
Passei os últimos dias a pensar em doenças, em perfumes e cremes, em Macau, em gelados de leite condensado e mousses de limão (mas gostaram...) e sobretudo em havaianas cor-de-rosa e quando chega a hora de ir embora lembro-me que falta... o carregador de telemóvel que deixei no escritório.

Resultado e razão de ser deste post: não levo telemóvel para Barcelona, até porque já está mesmo quase sem bateria.
As vossas mensagens de boa viagem sem as quais eu não ia deixar o avião descolar, vou querer lê-las quando chegar senão não escrevo aqui mais nada. (Veras: estão safas).

Qualquer coisa urgentíssima tenho o telemóvel do escritório comigo ou, para os mais falidos, o 91 da Madalena que se arranja por aí facilmente.

Boa viagem para nós!!!

20.8.07

Growing Up

Fui agora à hora de almoço imprimir algumas fotografias para as novas molduras do meu novo quarto.
Apesar de não ser essa a razão deste texto, não posso deixar de falar das minhas molduras. Estou tão feliz com elas!

Dá ideia que, quando estamos no 9º ano e escolhemos a área que vamos seguir, todas as outras portas se fecham imediatamente. Como se alguém me dissesse: não foste para ciências? Esquece o facto de adorares vulcões e tremores de terra! Não foste para artes? Nunca mais vais pintar nada na tua vida! Não foste para Economia? Uhm... ainda bem que não foste para economia.

Mas a verdade é que as coisas não são assim. Óbvio que nunca teria ido para artes, sei muito bem que não tenho o que é preciso, mas isso tem que significar que não me posso divertir um bocado com algumas pinturas?

Comprei umas molduras bem giras para o meu quarto e, na semana passada, diverti-me imenso a pintar os passe-partouts (aquela parte de cartão entre a moldura e o espaço em que fica a fotografia) com... aguarelas!!! Sim, comprei umas aguarelas e não, não sei escolher aguarelas e comprei umas quaisquer que também trouxessem um pincel. Não, não usei esse pincel porque era muito pequeno e sim, acabei por usar um mini-pincel de blush que tinha lá para casa inutilizado.
Nada disso interessa, o que interessa foi o facto de ter tido uma ideia e de ter ido para a frente com ela, coisa que muitas vezes não acontece.
Também interessa, e muito, o facto de não ter parado logo na primeira moldura, amuada com o resultado, e não ter deitado logo todas fora (ainda bem que não o fiz porque 70€ em molduras só mesmo uma vez por década).
Interessa, acima de tudo, que ficaram giríssimas e que estou ansiosa por ir para casa pendurá-las com as fotografias que acabei de "revelar".

Voltando às fotografias, que era mesmo o tema que me interessava abordar.
Tinha que escolher 22 fotografias para ampliar e por nas minhas novas molduras.
Não foi uma escolha fácil mas havia uma fotografia que me parecia obrigatória. A nossa fotografia do Porto. Pu-la na minha pen entre as outras 21 e não lhe dei grande importância.

Foi só agora, quando ela me chegou às mãos no seu formato 13x18 que realmente ganhei consciência de tudo o que ela significava.
Nem há bem palavras para o significado que tem a fotografia, a viagem que fizemos ao Porto, os anos que vivemos entretanto.

Porto - 30 de Outubro de 2004


É impossível olhar para ela e não nos rirmos de nós próprias. As nossas caras, os nossos bonés a condizer! As malas a condizer da Filipa e da Matilde, apesar de não se verem na fotografia!
Fisicamente vejo-me igual, não seria capaz de apontar grandes diferenças em mim própria. Mas temos que dar destaque ao cabelo da Vera Leitão, à cara de recém-nascida da Matilde e mesmo da Filipa! Aos nacos de barriga à mostra que todas temos!

Mas o mais engraçado, mesmo, é pensarmos nas pessoas que éramos. Nas conversas que tivemos naquele almoço na Portugália, à beira do Rio Douro.

Mudámos tanto. Crescemos tanto!
A importância que dávamos às pessoas que, naquele momento, faziam parte das nossas vidas.
Entre Cláudios, Miguéis e Joões.
Entre Joões que desapareceram (Verinha), Joões que ainda estão para ficar (Matilde) e Joões que nem sonhávamos que iam aparecer (Filipa), tinha eu acabado de viver, mesmo sem o saber, o primeiro dia 29 de 29 dias 29.
É impressionante ver o peso que punhamos em cima de pessoas que, afinal de contas, não tinham assim tanto peso, coisa que nunca poderiamos ter sabido naquela altura. Fazia parte!

É espectacular ver, passados 3 anos, que o que interessa realmente somos nós. O que fizemos todas (tanto as que estão na fotografia como outras tantas que lá não estão).
É bom saber que, quem realmente interessa, aqueles que vale a pena preservar, esses não vão ao lado nenhum.

E, portanto, da próxima vez que disser a alguém que andei no ISCEM, se esse alguém me fizer (como sempre) cara de pena ou de decepção, não tenho problemas nenhuns em dizer-lhe que, de tudo o que já se passou na minha vida, aí está um erro que eu voltaria a cometer de bom grado. Sempre.

E essa fotografia é um espectáculo porque marca apenas o início de um grupo de amigas que, já 4 vezes mais do que as que estão aí representadas, vai ser um grupo de amigas para sempre. Não tenho dúvidas!
O ISCEM acabou (graças a Deus) mas o que interessa vai ficar sempre. Às vezes temos pena que nem todas nos falemos mas, verdade seja dita, ainda sinto que as nossas aventuras mal começaram!

Nota: É importante ficar aqui registado um agradecimento ao Alberto por aquele fim-de-semana espectacular e também um pequeno agradecimento, não tão grande, à Regina por nos ter chulado estes anos todos e que foi, por isso mesmo, uma das prinicpais razões pelas quais nos conhecemos!
Nota 2: Muito lamechas? Comentem, comentem, comentem! Fiquei mesmo com nostalgia hoje!

19.8.07

Férias de Verão - Capítulo III

Praia da Ponta Ruiva - Costa Vicentina
19 de Agosto

14.8.07

Real Age: 11

Quando pensava que faltava pouco mais de um mês para fazer 23 anos sentia-me velha... afinal venho a descobrir que na realidade tenho apenas 11 anos de idade!

11 anos!
Quem me dera!
Este site, muito louco, faz-nos algumas perguntas sobre a nossa saúde e faz uma estimativa da nossa esperança média de vida e de qual é a nossa "real age".

Eu diria que estou muito bem, para uma adolescente de 22.

Adorava ter 11 anos outra vez.
A esta hora estaria de férias, depois do meu último ano no Bom Sucesso. Estaria no CISV, em Itália, num campo de férias com uma centena de crianças da minha idade do mundo inteiro. Estaria a falar inglês melhor do que algum dia voltei a falar. Estaria morta de saudades da minha mãe, de quem nunca tinha passado tanto tempo afastada. Estaria ansiosa por começar o 7º ano no Rainha e ver os meus irmãos todos os dias.

Quando o CISV acabasse (daqui a uns dias) iria para a Arrábida e a minha mãe faria para o jantar um excelente prato de massa, por ser, claro, a minha comida preferida. Pela primeira (e última!) vez na vida, não conseguiria comer porque tinha passado um mês inteiro a comer massa ao almoço e ao jantar.
As minhas primas chegariam também do CISV uns dias depois: a Madalena também de uma aldeia, como eu, mas em Portugal e a Benedita do seu Summer, também em Portugal.
O resto do Verão seria passado a discutir amigos, jogos, músicas, pessoas, cartas e até mesmo romances (só da Benny claro, que a mim ainda me faltavam 5 anos para o meu primeiro beijinho).

CISV atrás das costas, férias de Verão para trás e pés no Rainha! E eu sem roupa! É assim que se aprende. Se algum dia puser uma filha minha num colégio de farda, vou ter em consideração que ela não terá, com certeza, roupa suficiente para entrar no liceu sem uma ida às compras que dure, no mínimo, 5 dias seguidos.
Quem consegue ficar ainda mais novo que eu?

13.8.07

Dia #28 - Back on tracks

Tinha-me passado pela cabeça deixar de escrever sobre este assunto. É um bocado fútil e não me parece que tenha grande interesse, pelo menos ao ponto de estar aqui publicamente ao dispor de qualquer um.
No entanto, este fim-de-semana compreendi que, afinal de contas, havia pessoas a acompanhar esta minha viagem de 100 dias, e isso não só me motivou como me deu outra vez vontade de por "as contas em dia". (Tks Vu!).

Penso que qualquer leitor do meu blog, por muito distraído que seja, compreende que o final da semana passada foi um bocadinho trágico para estes lados. E, como é evidente, isso reflecte-se em tudo o resto da minha vida.
A pergunta que se coloca é: como é que eu ainda permito que haja pessoas na minha vida que me deitem tão abaixo?
Mas esta pergunta nem chega a ser respondida porque antes de se ter tempo para pensar na resposta já eu tinha partido para mais um capítulo espectacular de férias de Verão que me arrancou do estado relativamente deprimente em que me encontrava.

Falando do que interessa: 4ª, 5ª e 6ª-feira foram para esquecer.
O fim-de-semana correu lindamente.
Esta semana, parece-me, vai correr lindamente porque estando sozinha em casa sou eu que controlo totalmente (ou descontrolo, se for o caso, mas espermos que não) o que como.
Sinto-me de volta no caminho certo.
Continuam-se a aceitar motivações externas de quem quer que seja!

Em 28 dias:

  • 3 dias maus
  • 13 idas ao ginásio (em 20 dias úteis)

12.8.07

Férias de Verão - Capítulo II

Se as zebras fossem castanhas e as girafas pretas e brancas...

Vera & Ri

Praia Grande - 11 Agosto

9.8.07

Lost myself and I am nowhere to be found

Sia - Breathe Me

Help, I have done it again
I have been here many times before
Hurt myself again today
And the worst part is there's no one else to blame

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me, I am small and needy
Warm me up and breathe me

Ouch, I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found
Yeah, I think that I might break
Lost myself again and I feel unsafe

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me, I am small and needy
Warm me up and breathe me

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me, I am small and needy
Warm me up and breathe me

Maldade

Maldade é não me deixares fugir.
Maldade é não me deixares ir embora, sobreviver, lutar por mim.

Não foi maldade teres acabado comigo, não é maldade teres namorada.
Maldade é custar-te compreender que eu consegui, que consigo viver sem ti. Maldade é não tolerares esta minha sobrevivência e vires esmagá-la.

Sempre te disse que faria tudo por ti até ao dia em que deixasses de o querer. Era verdade. Nunca te menti. Nunca, em dois anos e meio. Se calhar achas isso normal mas acredita, eu sempre tive tendência para ser relativamente mentirosa. Nunca te menti. Lutei por ti, fiz tudo por ti até ao dia em que deixaste de querer que eu o fizesse.

Não foi suficiente? Querias ter tido mais de mim, de nós? Se calhar não havia mais, se calhar foi por isso que foi necessário acabarmos.

Eu nunca teria acabado contigo. Eu sei isso, toda a gente sabe isso. Se calhar nem era pelas melhores razões, se calhar era porque vivia naquela letargia, estava sem forças. Ainda assim, estava feliz.

Mas tu acabaste.
Se te posso culpar? Não, não posso. Ninguém manda no que sente. Nunca te culpei.

Não te persegui, não te chateei, não te aborreci. Dei-te o teu espaço.
Tinha que lutar por mim.
Durante dias não dormia, comia de mais, doía-me respirar, doía-me existir. Descia as escadas do escritório a correr porque imaginava que me podias fazer uma surpresa, ia a correr para o telefone porque achava sempre que podias ser tu, procurava-te em todo o lado, apesar de saber que nunca ias aparecer.

Era inevitável que a dor, mais cedo ou mais tarde, começasse a diminuir.
Já me tinham avisado, toda a gente à minha volta, que no dia em que eu ficasse bem tu voltarias a falar comigo.
Não sabia que as coisas eram assim tão previsíveis. Aliás, eu não sabia nada. Era tudo novo para mim. Nunca ninguém tinha acabado comigo.

Vieste falar comigo. Nos últimos 3 meses fartaste-te de o fazer. Nunca fui falar contigo.
Sempre que falámos, discutimos.
Quase sempre que falámos, chorei.
Sempre que já estava bem, voltavas-me a deitar abaixo. E voltas, e voltas, e voltas.
Isso é maldade.

Não é maldade ter-te escrito um texto quando fizeste de tudo para te odiar. Quando me provocaste até aos limites da sanidade (como sempre, aliás).
Será que contas isso às pessoas a quem mostras esse texto? Pessoas que ficam com vontade de me cuspir na cara, como tu dizes?
Será que lhes contas que não me deixas em paz, mesmo quando já tens a tua vida? A tua namorada?
Será que sabem que sempre que falamos, ficas tão irritado que rapidamente me começas a insultar?
Será que sabem que não consegues falar comigo 10 minutos seguidos sem fazeres alusões ao passado, ao que vivemos, ao que recordas, ao que eramos, àquilo que agora te decepciona em mim?

Porque é que repetes tantas vezes para eu não deixar de ser como sou? Achas que é por ti que o faço? Achas que a minha preocupação é a tua opinião? O que pensas de mim?
Eu só quero sobreviver!

Maldade não é publicar no meu blog um texto que não te sabe bem ler. Não foi maldade escrevê-lo. Era o que estava a sentir no momento. Pedi-te para não lhe dares importância, disse-te que para mim não tinha importância. Contaste isso às pessoas a quem o mostraste? Ou disseste que eu até me tinha rido quando me telefonaste?

Maldade é dizeres-me, passados 3 meses, que compreendeste que se calhar achavas que íamos ficar juntos mais tarde. Sempre soube que achavas isso.
Achavas que ia ficar à tua espera? Imaginar-te com outra pessoa e pensar que era normal, que um dia voltaria a ser eu?

Só te peço para me deixares sobreviver, para me deixares lutar por mim.
Para de me fazer chorar. Para de me fazer sentir tão desesperada ao ponto de quase me querer magoar a mim própria.
Não tens esse direito. Já passaram 3 meses. Não tens o direito de ainda me fazer sentir assim.

Não me telefones. Não fales comigo. Não mandes mensagens.
Segue a tua vida e por favor, por favor, deixa-me seguir a minha.

A quem é que vais mostrar este texto, agora?

Dia #24 - Not so good

Já não falava da minha "dieta dos 100 dias" há uns tempos. Até podia parecer que estava esquecida, mas nunca esteve.
Até eu, por momentos, a tinha esquecido. Mas era apenas uma ilusão. Uma ilusão óptima, devo confessá-lo. Porque nessa ilusão, eu estava a seguir todos os pequenos passinhos, sem sequer pensar neles.

Mas o equilíbrio que foi tão fácil de manter, por tantos dias seguidos, voltou-se agora a mostrar dificílimo de cumprir e a vontade que tenho de me atirar de cabeça para o lado errado é maior que nunca.
No Sudoeste correu tudo lindamente, sem exageros nem estupidezes. Cereais ao pequeno-almoço, uma sandwiche para a praia, fruta ao lanche e um jantar moderado. Verdade seja dita, mais valia ter comido que nem uma esfomeada e não ter bebido metade do que bebi, que o resultado final seria provavelmente o mesmo.

Mas o pior foi o regresso. Do nada, reparo que ainda não perdi nem 1cm., que a minha barriga só inchou devido ao meu comportamento alcoólico totalmente infantil e verdadeiramente inédito na minha pessoa e ainda por cima só me vêm à cabeça memórias totalmente difusas de palavras que disse a mais, a pessoas que deveria ver muito menos.

Não vale a pena pensar mais nisso. É isto que não paro de ouvir. E sei que é verdade. Fosse eu uma pessoa cheia de segurança e auto-estima e era isso mesmo que eu faria.

O que interessa, aqui e agora, é que ontem foi o primeiro "dia mau". Mas verdade seja dita que, neste escritório ter um dia mau ao fim de 23 dias até é muito positivo. Se alguém tivesse a menor ideia do que é o armário da cozinha, a quantidade de bolachas e bicoitos que lá estão, a quantidade de chocolates Milka miniatura que estão no frigorífico ao qual eu vou buscar a minha fruta às 4h da tarde. É um autêntico desespero. É uma tentação constante.

Tenho é que pensar em mim como uma verdadeira heroína que, se em 100 dias só falhar 4 (proporcionalmente ao que já passou), nem está muito mal.
O que custa mais é o dia a seguir a ter falhado, ou seja, hoje. Mas tenho que ter força, espero conseguir.
A manhã está a correr lindamente, mas o pior é a parte da tarde. A tarde parece sempre mais comprida, apesar de ter as mesmas horas que a manhã.

Tenho que ter força.
Tento-me concentrar nos momentos bons da minha vida, nos meus amigos, em tudo o que tenho. Tentar pensar que quem gosta de mim, gosta de mim como eu sou. Lembro-me constantemente que eu reparo mil vezes mais em cada pormenor em mim do que aqueles que me rodeiam reparam.

E nestes momentos todas as conversas, todas as palavras me fazem bem. Ajudam-me. Sem o saber, as pessoas ajudam-me imenso.
Daí que, como é facil deduzir, comentários infantis como "queres que te devolva o album de fotografias que me deste quando fizemos um ano de namoro?", vindo de uma pessoa que, apesar de ter acabado comigo parece culpar-me por tudo o que acontece de mal no mundo; comentários assim não são bem-vindos logo pela manhã. Depois de almoço talvez, agora logo de manhã... poupem-me.

Resumindo e voltando ao que interessa:
Em 24 dias:

  • 23 dias bons (estou a incluir o dia de hoje como dia bom... espero ser fiel à minha palavra mas o dia ainda nem vai a meio)
  • 12 idas ao ginásio (em 18 dias úteis)

Esta última semana, em termos de ginásio, foi um fiasco. Mas foi por uma boa causa, nem vou ficar a pensar nisso.

É de referir, sem dúvida, que a Fili foi finalmente para o ginásio depois de anos a ameaçar! É verdadeiramente o nosso orgulho! Go Fili!

8.8.07

Momentos a Sudoeste daqui

Mariana, Filipa & Mariana - 3 Agosto
Regresso da praia de Odeceixe (pelas rochas)

Dani - 5 de Agosto

Ida para o Carvalhal ao som de Feist

Mais um ponto para Algés!

Ainda falando do tema Holmes Place de Algés vs. Holmes Place de Miraflores, acho importantíssimo referir que Algés acabou de ganhar um ponto gigante!

Tinha enviado o link do último post ao director do Holmes Place de Algés, numa atitude proactiva que tinha como objectivo dar a entender ao ginásio recém-estreado qual a opinião dos seus utilizadores.

Qual a minha surpresa quando, passados cerca de 10 minutos, recebo um telefonema a agradecer imenso a minha atitude e a mostrar-me como o Holmes de Algés vai ter em consideração as minhas opiniões, pelo menos naquilo em que o for possível!

Fica então prometido que muito em breve lá voltarei e aí, quem sabe, a minha opinião não muda. Até porque, continuo a admitir, dava-me muito mais jeito frequentar o ginásio de Algés, para o qual poderia até ir a pé.

Cinco estrelas!

Miraflores Vs. Algés

Hoje decidi experimentar, pela primeira vez, o novo Holmes Place de Algés.
Já era suposto ter ido na semana passada, mas acabei por adormecer. Já não ia ao ginásio desde 4ª-feira passada, estava ansiosa por conhecer estas novas instalações.

À partida, até fui com predisposição para gostar do que ia ver. Acho que, muitas vezes, a predisposição é tudo. Quando já vamos de pé atrás, raramente nos conseguem convencer a gostar de algo que implica mudança, quer de hábitos, quer de rotinas. No entanto, o novo Holmes Place tinha tudo, à partida, lá está, para eu o adorar. Sobretudo pelo simples facto de se encontrar a cerca de 200m. da porta de minha casa. Quem poderia pedir melhor?

Não que me queixasse da distância do Holmes de Miraflores, sobretudo porque sempre o considerei um ginásio espectacular. Mas, ainda assim, quanto mais perto, melhor!

Infelizmente, tenho que admitir que, medindo os pontos fortes e fracos que o novo Holmes poderia apresentar, relativamente ao de Miraflores, esta foi uma batalha que foi perdida desde muito cedo. Fui pensando, fui observando, fui reparando em tudo o que me rodeava. Admito que houve coisas que até adorei, mas infelizmente há factores que são determinantes de mais e que se sobrepõem de maneira esmagadora a pontos que até poderíamos achar positivos.

Pontos fortes do novo Holmes Place de Algés (em comparação com o de Miraflores):
- A localização, claro;
- O facto de todo o ginásio ser ou ao nível da rua, ou superior. Ou seja, não tem os balneários abaixo do nível do chão, como em Miraflores;
- as máquinas no ginásio: um espectáculo! Muito modernas, novinhas em folha. Fizeram-me lembrar as do Holmes do Campo Grande. Adorei;
- a simpatia do PT que me veio receber a dar as boas-vindas.

Pontos fracos do novo Holmes Place de Algés (em comparação com o de Miraflores):
- Não adorei os balneários:
- em primeiro lugar, cada "conjunto" de cacifos, ou seja cada pequena sala com cacifos em três dos lados, é grande de mais. Tem cerca de o dobro dos cacifos do Holmes de Miraflores, Amoreiras ou Campo Grande. Sempre considerei óptima ideia esta política de ter vários espaços pequenos do que menos espaços, mas muito grandes. Uma pessoa sente-se menos desprotegida.
- em segundo lugar, os cacifos não têm cabide lá dentro para pendurar a carteira: imperdoável. Não posso pô-la no "chão" porque é onde está o saco da ginástica, e a pequena prateleira no topo do cacifo também é muito mais pequena que aquelas às quais eu estava habituada;
- eu até compreendo que os cacifos ainda não tenham todos fechaduras de segurança, mas não é agradável termos quase todo o balneário interdito com fitas de obras e sermos encaminhadas, todas, para o mesmo conjunto de cacifos. Sobretudo porque dão para uma saída de emergência que, apesar de sabermos que é uma porta fechada, tem uma presença desagradável;
- por fim, não gostei das cores. Adorei os azulejos cor-de-laranja mas as restantes paredes, muito brancas, dão um ar de balneário a um espaço onde eu nunca tinha tido essa sensação no passado. Em Miraflores, penso que as paredes são forradas com azulejos cinzentos gigantes, que dão um ar clean e moderno.

- no ginásio propriamente dito, faltam aqueles pequenos instrumentos de fazer abdominais!

Não estava a conseguir explicar, por isso fui buscar uma imagem. São parecidos com estes. Não gosto de fazer abdominais sozinha, no chão, porque me fica a doer o pescoço. Também odeio a máquina dos abdominais porque me magoa os ombros. É uma falha imperdoável, sobretudo porque me informei e não vão mesmo tê-los;
- ainda no ginásio, não há espelhos na zona de alongamentos. Ora, o que é que me resta? Ficar a olhar para a parede, ou para as outras pessoas que estão a fazer ginástica? Assim como me habituei aos espelhos, também sempre achei simpáticos os placares com indicações de quais os alongamentos mais importantes. Não que não os saiba de cor, mas gostava;
- por fim, no ginásio, não encontrei daquelas "fontes" de beber água. Isso acho imperdoável de mais para o Holmes por isso vou deduzir que não encontrei, porque a verdade é que não procurei muito;

- estranhamente, TUDO ISTO poderia até ser insignificante, tolerável, aceitável. Porque, realmente, o factor localização ainda estava a ganhar. Até ao momento em que... chegou a hora do banho! Não queria acreditar!
A verdade é que me habituei a tomar banho no Holmes TODOS OS DIAS e são, sem dúvida, duches espectaculares! Qual não foi a minha surpresa, portanto, quando não tenho sítio nenhum para pendurar a toalha (excepto a pequena maçaneta de 2cm. de comprimento que serve para puxar a porta)?

E qual não foi a minha cara de espanto quando reparo que os chuveiros têm torneiras com temporizador, fazendo com que eu tenha que carregar no botão de 5 em 5 segundos? Se o objectivo era poupar água, aproveito para dizer que o Holmes sempre me fez poupar muito mais água do que em casa. Aquelas simples "gotinhas" que encontrei em todos os ginásios aos quais já fui e que dizem algo como "O Holmes Place preocupa-se com a seca e a saúde da nossa terra e já está a tomar as medidas necessárias para poupar água, começando pela redução dos caudais das torneiras dos duches.", sempre me fizeram desligar a água enquanto ponho o shampoo ou o sabonete... coisa que em casa não faço!
Agora, ter que carregar num botão cerca de 4 vezes só para conseguir tirar o shampoo do cabelo (estou a falar a sério, sem exageros), é quase ridículo.
Faz-me lembrar as casas de banho da marina de Sines, onde tenho que tomar banho quando desço de barco para o Algarve, no Verão. E acreditem... não é uma boa comparação.
Isto foi, literalmente, a gota de água. O Holmes não compreende que, para muitas pessoas como eu, é ali que o meu dia começa. É ali que está a minha rotina diária, a minha rotina matinal, os meus hábitos de higiene diários. É essencial que me sinta bem aí!
Não há qualquer hipótese de lá voltar, pelo menos quando for ao ginásio logo de manhã.

Resumindo, penso que houve, da parte do Holmes Place, uma preocupação enorme com as campanhas de angariação de novos sócios, em que puseram totalmente de parte a importância de sócios Holmes da zona.
Será que não compreendem a importância que a nossa opinião tem?
Numa zona em constante expansão em que crescem prédios de luxo como crescem cogumelos, já é evidente que todos os que procuram um bom ginásio, ou já estão no Holmes Place de Miraflores, ou estão no Solplay! A questão não deveria ser procurar pessoas que ainda não pertençam a nenhum ginásio, mas sim fazer ver às que já pertencem, que ali está um ginásio melhor, mais bonito, mais confortável e que me dê vontade, ao fim de 12 meses a pagar uma exorbitância, de renovar a minha inscrição.

Moral da história, fiquei com pena. Mantenho-me fiel a Miraflores.

6.8.07

Verinha, já cheguei

Verinha: como prometido, aqui está uma pequena descrição do que se passou nestes dias.

Antes de mais nada, ESTOU TÃO BEZANA!
Não sei como, ainda há bocadinho estava feita doida a dançar com a Dani como se não houvesse amanhã, e como que por magia, do nada, agora estou sentada no escritório como se fosse uma 2ª-feira qualquer. Escrever está a ser estranhíssimo, os dedos parece que andam sozinhos pelas teclas... se der erros olha, é porque dei... nem vou corrigir. Mais tarde vai ser lindo reler isto. Sobretudo se me lembrar tanto deste momento como me lembro das noites que se passaram...

Meu Deus... Vera tu conheces-me melhor que ninguém sabes que eu não sou assim, não compreendo o que é que me deu para ter perdido todo o controlo sobre mim própria.

Resumindo, rapidamente: foi o máximo. Amei. Amei, amei... amei!!! Parece que estive fora de Lisboa durante 3 semanas. Estas pequenas férias souberam-me a mil anos de distância da minha cadeira encarnada da Pondera.
Podia tentar descrever ao pormenor tanta coisa, mas não faria sentido. Maior parte do que se passou só pode ser vivido e não repetido, outra grande parte só me chega à memória de vez em quando, para logo voltar a desaparecer, e há ainda partes que não me parece que alguma vez me venha a lembrar.

Sabes que eu não sou assim, daí ter tanta graça sabes?

Vou só fazer um apanhado geral dos momentos que agora me vierem à cabeça, só para ficares com uma ideia a meio do teu dia de trabalho.
(Meu Deus nem vejo as letras que estou a escrever).

Quinta-Feira:
Fui à tua depilação a Cascais às 9h00 da manhã. Não há nada a fazer, é a melhor depiladora do mundo e compensa mesmo a viagem que se faz até aí. Às 10h15 já estava a recolher a minha prima Madalena de casa dela e às 10h30 já estava na Expo a apanhar a Fili que tinha acabado de chegar de comboio do Porto.
Seguimos viagem, com aqueles pormenores imperdíveis como perdermo-nos pelo caminho e a Ri ter que fazer xi-xi à beira da estrada com a Madalena a dizer adeus aos camiões e toda a gente a apitar para mim.
Deixámos a pita no Sudoeste, onde a foram buscar, e lá seguimos para o pequeno luxo que é a casa do Urbano. Não há palavraas suficientes para descrever o luxo que foi ficar lá. Nem me apetece descrever, já te contei como é que é a casa dele: um sonho.

Dia inteiro na piscina e primeira noitada de Sudoeste... não me estou a lembrar de nada agora para contar sobre essa noite... sei que foi a perdição total. Vou-me tentar concentrar. Mas tenho tanto sono...
Meu Deus fiquei mesmo preocupada não me estava mesmo a lembrar de nada dessa noite. Fui ver ao site e tudo para ver se me recordava de quem tinha tocado. É mesmo verdade: não me lembro de nada. Foi muito giro, encontrei imensa gente. Sei lá, não há nada que valha a pena recordar...
JÁ SEI! Há um caminho que é um atalho directamente do Sudoeste para casa do Urbano. Já o tínhamos feito durante a tarde e tínhamos reparado que estava cheio de areia, muito difícil de fazer mesmo. Nem me passou pela cabeça que voltássemos a passar por lá. Mas a verdade é que mal entrei no carro adormeci ferrada (a sonhar e tudo!) e quando acordo está a Cortez a abanar-me para eu ajudar a empurrar o carro que estava atolado. Eramos 4 miúdas e o Piwi deitados no meio do chão a tirar a areia de baixo do carro e a empurrar... foi a loucura, não deu em nada. Tivemos que esperar que viessem os gajos todos e lá conseguiram empurrar. Eu fiquei uma pequena nuvem de pó, até tive que tomar banho quando cheguei a casa.

Sexta-Feira:
Acordámos à 1h00 (hora oficial de acordar para a Mariana, que não me deixava dormir nem um minuto depois dessa hora) e fomos para a praia de Odeceixe, que estava o caos dos caos. Deixámos o carro a cerca de 464464324165454 km. de distância da praia o que, como calculas, é o fim do mundo para pessoas como a Fili e Manicas, para quem o 7º passo seguido sem fumar um cigarro é o maior esforço do planeta.
A praia estava perfeita, óptima e lá se seguiu a 2a noite de Sudoeste (vou ver o cartaz outra vez para me lembrar). Já me lembrei. Havia o drama de ver Steel Pulse ou Cypress Hill porque era tudo ao mesmo tempo e estava tudo indeciso. Eu, como sempre, vou atrás do que decidirem, estava-me bem nas tintas. Foi Cypress Hill e foi um abuso. A Dani foi picada por um mosquito e a perna dela inchou porque ela é alérgica, foi-se logo embora.
A Filipa e a Cortez quiseram-se ir embora muito cedo mas eu com a minha energia inesgotável quis ficar até mais tarde. Fiquei um bocado com a pita e depois fui ter com eles todos de lá de casa até às tantas. Quando dei por mim o Urbano foi-se embora num carro e eu ficava noutro mas comecei a ver árvores e estavam-me a levar para uma festinha transe no meio do campismo. Já totalmente sóbria (felizmente) ainda consegui correr que nem uma doida (não sei como é que não caí e não morri) e apanhar o Urbano a caminho do carro. E isto ainda bem porque nenhum deles conseguia guiar e tive que ser eu. Guiei um Mercedez brutal nem imaginas. Cheguei a casa às 7h00 (no dia anterior tinha chegado às 6h00).

Sábado:
Durante o dia fomos para a praia dos Alteirinhos. Fomos todos mesmo, o que é sempre um espectáculo. Isto tudo no carro do meu pai que entretanto ficou com uma racha no vidro da frente de um lado ao outro, estou morta como calculas.
A noite foi das melhores por um lado e das piores por outro. Foi boa porque era a noite em que havia o único concerto que eu queria mesmo ver: MARTIN JONDO!
Vera, tu não imaginas... tu não sonhas o que foi.
É um miúdo que eu adoro que é alemão e coreano, canta reggae (que, como sabes, não é bem o meu forte) mas que tem uma voz de sonho. Adoro mesmo. A Fili já tinha ido a viagem toda para lá a levar com o CD dele no carro e eu já nem pensava em mais nada. Aliás houve uma vez que te mostrei... uma vez que levei o meu computador para os ateliers, lembras-te?
Felizmente a Dani e o Piwi vieram ver comigo porque todas as outras pessoas foram ver Sam the Kid (yaccckkk).
O concerto foi qualquer coisa deste género: quando começou, ninguém estava a ligar nenhuma. E a Ri a amar. Se calhar naqueles momentos mais giros, os refrões e isso, só havia 5 pessoas de mãozinhas no ar. E a Ri era uma delas. Ele a tocar lindamente, a cativar totalmente o público. Só sei que quando já estava no fim estava TUDO aos saltos, toda a gente adorou, ele voltou quatro vezes, tocou todas as músicas que eu amo e ainda mais algumas que passei a amar. Foi um sonho. Dos melhores concertos da minha vida mesmo.
O resto da noite foi engraçada mas a Filipa e a Mariana ficam sempre cansadas muito cedo. Estão sempre a gozar com a minha energia desmezurada. Sei que se lá estivesses estarias como eu. Habituamo-nos a dar o litro no ginásio e quando quebramos a rotina temos que gastar a energia de qualquer maneira.
Desta vez não servia de nada ficar com os rapazes até mais tarde porque também estavam todos cansados por isso fui cedíssimo para casa! (Cheguei às 5h30, disseram-me no dia a seguir, mas eu estava furiosa porque estava a achar cedíssimo).

Domingo:
Para mim, Domingo ainda é hoje! Acordei cedo porque a irmã do Urbano não se calava no quarto ao lado e como não tenho confiança para lhe dar um murro na cara lá fui tomar o pequeno-almoço. Tive um golpe de mestre com os pequenos-almoços: levei cereais Fitness. Era certo que todos os outros cereais iam acabar em 5 minutos porque estávamos naquela casa 3 raparigas e 10 rapazes, mas nos Fitness nenhum gajo toca, é uma questão de orgulho... haha.
Mas acordei de péssimo humor e aconteceu uma coisa muito estranha, tive uma crise de TPM altamente intensa. Ao ponto de me dar uma ansiedade para ir para a praia que eu quase que sentia o coração a palpitar. Eles estavam a demorar horas a ficar prontos, eu cada vez mais nervosa, o Piwi não acabava de comer, a Dani não se vestia, a Ri nervosa... não sei o que me deu. Imagina, estava de tal maneira nervosa que quase que começava a chorar no carro a caminho da praia! Só queria mergulhar no mar, só queria encontrar a Madalena. Foi estranhíssimo. Lá cheguei à praia (Carvalhal), dei o meu mergulho, apareceu-me a história e passou o TPM. Voltou o bom humor. Só é pena não haver casa-de-banho no Carvalhal, foi um pequeno drama.

Achava que a noite ia ser horrível. A Filipa estava numa de "até vou lá dizer um olá ao palco mas volto muito rápido". Não é mesmo frase à Filipa? Eu achei, portanto, que era melhor não beber. Claro que a Dani muito rápido achou por bem que o jantarinho devia ser acompanhado de vodka manga (nem digas nada, vodka com nectar é muito bom porque nem sentes que estás a beber). Tudo isto com um shot de aguardente no fim (não digas nada outra vez) e com muitas imperiais pela noite fora fizeram com que sejam já 10h20 da manhã e eu esteja desde as 9h15 a escrever este texto totalmente incoerente (acho eu, não me apetece reler para mais tarde me rir) e ainda totalmente bezana e a não sei quantos quilometros do Alentejo.
Claro que o último jantar não podia passar sem a minha Tarte de Limão. Ao que parece estava boa, foi muito elogiada e desapareceu à velocidade de luz. O que também não era de admirar, visto que eramos 18 pessoas a jantar.

A Filipa e a Mariana bazaram para casa muito cedo mas eu passei o concerto inteiro de James e de não-sei-quê-que-era-giro-e-tinha-um-saxofone com o Chico.
Depois o Chico bazou e eu fui para a tenda eletrónica com a Dani e o Piwi e olha nem sei... só sei que o som estava brutal (um tal de Rui Vargas e depois alguém a seguir que não sei o nome) e nós os 3 dançámos durante horas e horas sem parar. Foi brutal. Sabes como é quando nós as duas começamos a dançar e não paramos nunca? Foi do género! Fizeste falta Verinha estava-me a lembrar imenso de ti!
Lá apareceu o Urbano e às 5h30 tivemos que ir para casa para eu tomar um duche muito rápido, mudar de roupa, compreender que não tinha trazido roupa para trabalhar (estou de havaianas nem gostas) e dizer à Filipa que tinha que vir ela a conduzir para Lisboa porque eu estava totalmente incapaz.
Ainda dormi 10 minutos mas depois decidi acordar muito rápido, coitada da Filipa sabes como ela é sonolenta. A viagem ou passou mesmo muito rápido ("Oh Ritinha isto vais descontraída e o carro anda a 180 sem reparares!") ou eu nem dei pelo tempo passar. Entrei no escritório às 9h10 e cá estou eu.

A loucura.
Nem sei.
Queria-me lembrar de coisas giras para te contar.
Por exemplo, dos 5474574 milhões de pessoas que estavam no Sudoeste, 5474573 milhões tinham um só objectivo de vida: convencer a Ri a fumar uma ganza!
E eu fumei! A sério! Muito bom mesmo, adorei!

Ha! Acreditaste? Disse isto tantas vezes a tanta gente este fim-de-semana que nem te passa pela cabeça. E as pessoas acreditavam, o que é inédito.

Olha nem sei, por mim continuava a escrever mas isto não está nada bem para estes lados. Já são 10h30 e ainda nem abri o Outlook. Até estou com medo, estou com tanto trabalho!
Amanhã almoçamos.

Love you baby!

Ah e nem te disse da Filipa. A Filipa.... pa a Filipa é a maior. A melhor. A sério. Filipa. Filipa. Filipa!

1.8.07

Férias de Verão - Capítulo I

Primeiro foi no 11º ano, depois foi quando acabei o 12º, depois acabou por ser durante os anos na universidade.
Todos os anos chegava o Verão e eu pensava "tenho que aproveitar! Este vai ser o último grande Verão da minha vida! O último Verão com mais de 2 meses de férias!".
Quando acabei o 11º lembro-me de pensar que esse seria o último ano de "férias grandes" porque, a partir do ano seguinte, os exames nacionais e as candidaturas não me iam deixar grande tempo para aproveitar o Verão.
Mas deixaram.
Quando acabei o 12º ano acreditei sinceramente que essas iam ser as minhas últimas férias de 2 meses porque, de aí em diante, a grau de dificuldade universitáro iria exigir de mim estudos profundos para exames que se alongariam por Julho fora e até quem sabe alguns em Setembro.
Também não aconteceu. Nem os exames em Julho nem em Setembro e muito menos o grau de dificuldade.
No final do 3º ano soube, e aí sabia que era verdade, que era a última oportunidade de aproveitar um Verão em grande. Já a trabalhar temporariamente, convidaram-me para ficar na Pondera, ao qual eu respondi: "Fico... mas preciso mesmo de umas últimas boas férias!".
Meu dito, meu feito, deram-me 2 meses e meio de férias.
Tudo isto, ano após ano, com a consciência sempre presente de que viria um ano em que as férias de Verão não iam chegar.
Sempre a querer aproveitar ao máximo cada "último Verão da minha vida" com um terror horrendo do que seria o meu primeiro Verão sem Verão.

E agora cá estou eu, já estamos em Agosto e férias nem vê-las. Sempre achei que este ia ser um Verão triste, miserável, a sufocar de calor e a morrer de tristeza por estar a perder tudo o que se anda a passar por Portugal fora.

Quem diria que seria precisamente o contário?

O calor não se tem feito sentir e o vento volta constantemente para me lembrar que, por alguma razão especial, este Verão não vai ser tão quente quanto é normal. Até mesmo o aquecimento global não se importa de esperar mais um ano, tudo para eu não ficar tão triste. E eu agradeço.
O meu escritório confortável tem um pequeno aparelho mágico chamado ar-condicionado; como tenho um escritório só para mim posso controlar o ar-condicionado como melhor me apetecer.

E por fim, mas mais importante que tudo o resto, não compreendo como é que não me lembrei que, no dia em que eu acabaria o curso, todas as minhas amigas também o fariam.
Portanto este Verão, apesar de sim, ser passado em Lisboa, é passado com tanta, tanta gente na mesma situação que eu que não chega a fazer diferença.

Os mergulhos ao final do dia, os cafés na esplanada, os fins-de-semana aproveitados ao máximo... Não me faltam coisas para pensar (e acreditar!) que, afinal de contas, o Verão está dentro da minha cabeça. E este ano está muito, muito presente!

Apesar de já estar perfeitamente conformada com a situação de que só vou de férias no dia 21 de Outubro, apesar de esse facto já nem me incomodar, aqui na Pondera acharam por bem eu descansar 5 dias em Agosto.
Pode parecer pouco, ridiculamente pouco a muita gente, mas para mim... Nem tenho palavras! É bom de mais!

Para dizer a verdade, se não me dessem a hipótese de faltar nos próximos 2 dias, eu ia arranjar a "pior dor-de-barriga da minha" vida e ficar internada em casa.
Nunca fui ao Sudoeste e este ano decidi que queria ir.
E nunca fui por uma razão muito simples: porque nunca quis! De todas as razões do mundo esta parece-me, de longe, a melhor.
A confusão, os acampamentos, os tipos de música... mil desculpas que sempre me pareceram lógicas e que sempre me afastaram da Zambujeira do Mar no início de Agosto. Mil razões que agora me parecem absolutamente estúpidas. E é por isso mesmo que quero ir já, antes que volte a mudar de opinião.

Ao que parece, a mesma força que fez com que tivessemos o Verão mais ventoso dos últimos anos, pelo bem da minha felicidade, veio também soprar umas lufadas de sorte no fim-de-semana que se aproxima.
Como se eu tivesse pedido um desejo, como se tivesse contado a um génio da lâmpada mágica tudo o que era preciso para que a minha primeira ida ao Sudoeste corresse bem: tudo aconteceu!
Não só me deram estes dois dias de férias (e ainda fico com mais 3 para quando quiser!), como vou para casa de um amigo que é, nada mais nada menos, que uma casa de sonho. Como se tudo isto não fosse suficiente vou com pessoas que adoro e com as quais me sinto lindamente!
E como é que vou lá parar? O meu pai emprestou-me o carro dele... e lá se vai a minha oportunidade de gastar o triplo da gasolina e de morrer de calor no meu carrinho!

Por fim, até podia ser só eu a estar totalmente entusiasmada com este primeiro capítulo das minhas férias de Verão... mas aparentemente é contagiante e estamos todos totalmente ansiosos!

Viva o Sudoeste que vai ser o auge.
Viva o meu "patrão" que me deu férias, viva o meu pai que me emprestou o carro.
Viva a Filipa que é uma amiga do caraças (mesmo!) e viva o seu Urbano que me convidou para casa dele.

(A não perder as cenas dos próximos episódios... Barcelona e Macau!)