28.5.09

nem mais um minuto?

Às vezes acho que não duramos nem mais um minuto. Nem mais um segundo. Às vezes acho que não aguento nem mais um respirar a pensar em ti. Somos tão perfeitos, que quando não somos é insuportável. Não aguento. Faço um esforço sobre-humano para me concentrar, raciocinar, pensar que sou mais forte do que esta sensação avassaladora que me dá vontade de atirar tudo pelos ares e dizer que afinal não, afinal não quero.
Não sei namorar. Esqueci-me de como o fazia e sei que sempre o fiz mal. Entrei numa fase da minha vida em que me enchi a mim própria de coisas boas, deliciosas, divertidas, durante uns bons tempos. E tu apareceste e eras também uma coisa boa. És também uma coisa boa, das coisas melhores que tenho na vida. E não sei o que fazer quando não estás a ser essa coisa boa ou quando eu não deixo que sejas.
Somos humanos, eu sei. Todos temos dias e todas as relações têm fases. Mas as fases assustam-me porque eu vivo numa nuvem e quero que tudo sejam fases boas.
E sei que a culpa também é minha. Jogo tão à defesa, se soubesses! Mal vejo uma situação menos feliz, lanço logo o alerta pânico para mim própria e só penso em como me quero por a milhas antes de me magoar. A culpa não é tua. E se é minha é só porque não aprendo a relaxar, a confiar.
Sou como uma pessoa que se queimou num incêndio e, a partir daí, sempre que vai a uma casa nova está à procura das saídas de emergência para não lhe voltar a acontecer o mesmo. E o anfitrião dessa casa não tem culpa nenhuma e até é capaz de me achar estranha mas, se gostar de mim, eu sei que vai compreender. Até porque tu não és o anfitrião típico. Nunca me escondes onde estão as saídas de emergência e às vezes até pareces tão disposto a saltar por elas quanto eu. E talvez seja isso que me faça ficar, saber que nunca foi assim tão certo e que nos basta aproveitar este tecto sobre a nossa cabeça para sermos a perfeição que sempre fomos.
Mas eventualmente a nossa casa não é assim tão sólida e eu não sei mesmo como reagir quando ela abana. Fico enervada, pareço uma criança. Não te digo nada a ti, não digo nada a ninguém. Concentro-me com força e penso em tudo o que tenho, tudo aquilo a que que me agarrei quando, no passado, já precisei. Penso que até vivia bem sem ti novamente e começo a pensar em tarefas, objectivos. Fazer isto, arranjar aquilo, tratar daqueloutro. Ocupar-me, ler, escrever! E é isso que faço… Mas sinto que não é assim que as coisas se deviam passar. Eu devia ser mais calma, tenho que tentar ser mais calma. Mas às vezes não consigo, às vezes parece que não duramos nem mais um minuto.
Mas depois ligas-me e, como é óbvio, tudo isto te passou ao lado. Porque mesmo que estivesses ao meu lado isto te passaria ao lado, tal é a minha capacidade de ferver internamente e manter o sorriso por fora. E quando me ligas e falas comigo como se nada fosse e me tratas por “minha querida” eu esqueço-me de tudo, a casa parece mais sólida que nunca e eu, por uns instantes, até deixo de espreitar por cima do meu ombro à procura da saída de emergência.

27.5.09

here we go again

Dear Diet,

Há amigos que conhecemos desde sempre e que, apesar de só os vermos de tantos em tantos anos, basta olhar para eles que parece que nunca deixámos de nos ver.
Amigos que conhecemos tão bem quanto nos conhecemos a nós próprios.
E tu és claramente um desses exemplos.

Quem te conhece a sério, pessoas como eu, sabe o que é carregar o peso da certeza que te vai conhecer para toda a vida. Não há como o negar. Chegamos a uma idade em que já sabemos que é inevitável voltarmo-nos a cruzar.
Quando somos mais novas, ainda nos iludimos e pensamos que desta é de vez, vamos ser melhores amigas e depois cada uma segue para seu lado e nunca mais nos cruzamos.

Mas às tantas chega de ilusão. Quem te conhece realmente, a fundo, com todos os prós e contras que sabes trazer à vida das pessoas, que basicamente são sempre mais contras visto que os prós são temporários, sabe que dificilmente te vira as costas definitivamente.

E enfim, que assim seja.
Já te conheço de ginjeira, de trás para a frente. Todos os teus truques, segredos, manhas. Tudo.
Ainda há pessoas que me tentam aconselhar, explicar-me coisas de ti sobre um novo ponto de vista, dizem que conhecem profissionais indicados para me preparar melhor para o início de uma nova relação entre nós. Mas o que sabem eles? Nada nos dá mais experiência do que a própria vivência, nem um curso superior nem anos a estudar.

É como a minha cunhada, que é médica, que agora teima em dizer que 37º não é febre. Não é febre, o caraças! Só porque é isso que se estuda? Quando eu tenho 37º estou literalmente às portas da morte e mal me mexo.
Mas isto não é para aqui chamado. Simplesmente sei, porque sei, que há coisas que se aprendem melhor com a experiência do que com o estudo. É como ser mãe. Toda a gente sabe que os conselhos das mães e das avós são 10 vezes mais preciosos que os conselhos do pediatra. Só porque são, e pronto.

Mas escrevo-te agora, provavelmente pela milésima vez neste mesmo blog, para te dizer olá novamente.
Já não falávamos há uns bons tempos, sobretudo depois das pequenas rasteiras que já me tentaste pregar ao longo da vida. Lembro-me da altura em que ficaste tão obcecada pela nossa amizade que nem me deixavas pensar em mais nada. E apesar de ter perdido 10kg, também perdi o sentido de humor, a vida pessoal, a energia para esboçar sequer um sorriso e, eventualmente, ganhei 15kg a seguir.
Sei que nem sempre és a melhor hipótese. Mas também sei que ganhei juízo ao longo da vida e já não me deixo enganar por ti tão facilmente.

Desta vez, não estou desesperada. Só não me sinto confortável, é isso. E como torci o segundo pé num espaço de um mês (Graças a Deus não há mais pés), sei que não me posso sequer mexer o necessário para sacudir esta pernoca que tanto precisa, de forma que sim, preciso um bocadinho da tua ajuda.
Mas repara, preciso da tua ajuda em doses moderadas, sãs, fáceis e acessíveis.

Se me pões com fome desisto rapidamente, se não me deixas abrir excepções quando as situações o exigem, nem penso duas vezes em dar-te outro pontapé no rabo.
Podemos voltar a ser amigas, não sei durante quanto tempo desta vez nem quero fazer planos, mas fica ciente, minha cara, que agora quem manda sou eu, e não tu!
Enfim, resumindo, here we go again!

19.5.09

a culpa é tua

O meu cabelo acabou de crescer aqueles 2 centímetros necessários para deixar de ser estranho e voltar a ser comprido. Ainda bem. Depois da mudança radical de visual em Janeiro, passou uma fase intermédia em que a franja já não era franja mas não me saía da cara e o cabelo tinha um tamanho enervante e um formato semelhante ao de um cogumelo, que me deixava bastante incomodada.
A culpa é desta minha mania de dar oportunidade aos cabeleireiros mais perto do escritório por achar que andaram todos na mesma escola quando na verdade se calhar está na hora de admitir que é preciso abrir os cordões à bolsa para não voltar a passar por uma fase-cogumelo durante mais uns meses.

Enfim, isto não tem nada a ver com o que me traz hoje à blogosfera.
Ontem fui jantar com duas amigas com quem já não estava há um ano e meio.
Sempre nos demos bem e sempre foram pessoas com quem estive à vontade e a conversar sobre tudo e mais alguma coisa.
A conduta de vida delas, que a mim sempre me pareceu chocante e de certa forma totalmente o oposto daquilo que sempre fui, sempre me divertiu e fascinou. Tudo o que me é totalmente desconhecido me fascina, é inevitável.
E divertia-me o facto de estar por dentro da cabeça daquelas miúdas que fazem tudo aquilo que eu sempre me recusei, vá lá, por até ter um certo respeito por mim própria, e ver que afinal nesses comportamentos não existe maldade nenhuma mas sim uma necessidade absoluta de diversão, procurada nitidamente nos locais errados.
Nunca as julguei. Também nunca lhes menti. As minhas opiniões também as divertiam e a minha versão dos acontecimentos, apesar de ser recebida em galhofa, penso que sempre teve mais impacto do que aquele que elas davam a entender.
Por exemplo, são as únicas amigas com quem sempre falei abertamente sobre sexo. Mas quando digo abertamente, digo realmente abertamente. Não falo de jogar ao “eu nunca”, em que ficamos com uma análise abrangente do grupo de amigas inteiro e em que chegamos à conclusão que todas fizemos e fazemos o mesmo.
Não. Falo daqueles pormenores que achamos sempre que os rapazes comentam em grupo nas nossas costas quando afinal compreendemos que eles até nos respeitam, não comentam nada, e nós comentamos tudo e mais alguma coisa, esquecendo o limite do que se devia e do que não se devia. Limite que sempre existiu apenas na minha cabeça, claro. Para elas é o mesmo que falar de fruta.

E portanto foi divertido fazer um update do último ano e meio a nível profissional, pessoal, amoroso e, como sempre, sexual.
Entre risotas e histórias, e admito que o meu último ano e meio teve histórias suficientes para este blog e muitos mais, chegamos finalmente ao ponto em que comentamos as relações presentes e passadas.
E é aí que eu entro na parte de embasbacada quando oiço relatos de relações que duram anos mas que no meio têm outras relações escondidas, casos escaldantes dignos de filmes picantes de Hollywood, verdadeiras tramóias pregadas às pessoas de quem, supostamente, gostam.

E cheguei a uma conclusão terrível.
Para a explicar tenho que voltar um bocadinho atrás.
Eu tenho um namorado, como é sabido. Que adoro, ainda mais óbvio. E ele tem uma coisa bem divertida que é ter uma imaginação fértil em que imagina os casos mais mirabolantes que eu possa eventualmente ter, acompanhados das mais perspicazes estratégias de dissimulação que poderiam alguma vez passar pela cabeça de alguém.
E isto não me incomoda por aí além porque sempre disse, pelo menos até ontem, que nenhum ser humano é capaz de tamanha traição à pessoa de quem gosta. Sobretudo se somos apenas namorados. E digo “apenas” por não sermos mais do que isso, ou seja casados, ou seja com uma obrigação mais séria de mantermos a nossa relação.

Ora, o meu raciocínio, sempre perspicaz, é o seguinte: se somos namorados, é porque queremos; se queremos, é porque gostamos um do outro; se gostamos um do outro é porque encontramos, um no outro, tudo aquilo que nos faz felizes; se temos tudo o que nos faz felizes, não precisamos de mais nada.
Eventualmente, se nos faz falta qualquer coisa, e se somos “apenas” namorados, então Ala que se faz tarde, vou procurar o que me faz falta noutro sítio porque, afinal, se me faz falta é porque tu não me dás, se não me dás não devo gostar de ti, logo, não quero ser tua namorada.
A mim, parece-me um raciocínio lógico que empurraria, achava eu, qualquer teoria de traição para fora dos parâmetros da relação feliz.
Achava eu.

E depois oiço estas histórias. Namoros de anos em que há casos de meses e meses com pessoas do trabalho. Mensagens apagadas a caminho de casa, juntamente com os relatórios de entrega e os registos de chamadas. Viagens, passeios, até fazer amor!, com outra pessoa na cabeça. Flores recebidas e levadas para a casa onde já se vive com o namorado e que se finge que se compraram. Viver na mesma casa com o namorado e com as flores do outro.

Coisas que sempre achei impossíveis mas que estranhamente me pareciam familiares. Onde é que eu já ouvi histórias tão impossivelmente arrepiantes?
Já sei. Na imaginação do meu namorado.

E portanto ontem, pela primeira vez não fui sincera com as minhas amigas. Não lhes disse o que pensava porque, em primeiro lugar não serviria de nada e depois elas iam-me achar uma tonta. Mas o que eu queria dizer era o seguinte:

- Olha a culpa é tua. A culpa do meu namorado fazer filmes é tua, toda tua. Porque ele imagina coisas inacreditáveis que não é suposto serem nunca praticáveis por seres humanos conscientes e afinal não lhe posso dizer que aquelas histórias não existem. Porque existem. E a culpa é tua. Agora não me posso defender com o típico “Quem faria uma coisas dessas??” porque agora a resposta existe. Aparentemente, uma miúda com a mesma educação que eu, gira, civilizada, educada, trabalhadora, simpática. Podia ser eu. Mas não sou, e como é que o provo? Fica difícil. E porquê? Não sei, mas a culpa é tua.

- E também é tua a culpa de eu ter tantas dúvidas em relação ao casamento. Porque imagino uma mulher de sucesso, com uma família de sonho e a vida que sempre quis, casada com o homem da vida dela e com três filhos pequenos, a luz dos olhos dela. E afinal imagino o marido de sonho dela a ter um caso com uma miúda de trabalho. E porque é que imagino isto? A culpa é tua, que és a namorada dele e não te consegues por no lugar dela. Que não imaginas a decepção dos filhos se alguma dia descobrirem, que nunca mais olham para o pai de mesma forma e que não compreendes que um dia, quando fores tu casada e se isso te acontecer a ti, nunca poderás dizer que não o merecias.

Como é que isto é possível??? Penso na cara que fiz quando te fiz esta mesma pergunta e na tua cara a responderes-me, a meio da história entusiasmante que relatavas como quem relata um novela “ah, sim, é essa parte que queres saber”.
E oiço o chorrilho de disparates, verdadeiras desculpas que só têm validade dentro da tua cabeça, que fazem com que consigas acordar e adormecer todos os dias. Ele também nunca foi fiel. Ele a mim ama-me, é verdade. Só não a larga porque eu nunca lhe pedi. Não pára de me mandar mensagens, ainda nem começámos a jantar e já me mandou seis. Por favor! Mensagens enviadas em casa enquanto janta com a mulher? Quem quer essas mensagens?

Enfim, enervei-me agora a escrever isto.

Ao meu namorado só me resta dizer que vou até ao fim do mundo para lhe provar que seria incapaz de tal coisa, seja ela qual for das acima relatadas. Faço tudo o que for necessário. Mas lá que não me apetecia ter esse esforço todo… isso não me apetecia.
A mim parece-me tão óbvio que sou boa pessoa e que nunca o magoaria. Mas afinal… ela é também é boa pessoa, juro que é. Como é que eu consigo provar que não sou assim?
Enfim, fica para as cenas dos próximos episódios.

picture of the day


Um rinoceronte nascido ONTEM! dia 18 de Maio, num zoo no norte de Inglaterra. Pura e simplesmente perfeito.
Eu sempre disse que quando engravidasse ia ficar do tamanho de um hipopótamo, que é um bocadinho mais rechonchudo que o rinoceronte, mas afinal olhando para o tamanho do bebé... se calhar vou ter cuidadinho.
(Imagem: Reuters Pictures)

15.5.09

tonta

Esta é a situação em que a namorada típica ficaria chateada.

Não que tivesse razão, que isso normalmente nunca se tem ou dificilmente é uma prioridade. Mas lá que ficava chateada, isso ficava.
Há assim uma série de situações que, mesmo sem razão para tal, entram inquestionavelmente no campo de situações pelas quais temos o direito de nos chatear, mesmo sem necessidade. Isto é assim uma verdade globalmente aceite, faz quase parte da lei dos relacionamentos.
Tão verdade que os próprios namorados já conseguem prever e, sem questionarem, até aceitam!
(E isto por muito estranho, ou mesmo estúpido que pareça. Estúpido de ambas as partes.)

É tipo sair à noite. Vais sair à noite? Podes ir, não me importo. A sério, fico bem, hoje queria ver televisão. Ah mais vais mesmo?? Chegaste às 6h? Estou a ver essa noite, depois admiras-te que eu também vá. És inacreditável.

E, de uma forma qualquer absolutamente miraculosa, este argumento absolutamente estúpido é impressionantemente aceite por ambas as partes como válido e ele dá-lhe razão, provavelmente para a calar, e ela fica realmente amuada, como se lhe valesse de alguma coisa.
Ainda esta semana jantei com as minhas amigas, uma lufada de ar fresco a meio de uma semana de trabalho de doidos, e uma delas fez uma queixa semelhante do namorado.

Acha indecente, vá-se lá ver, que ele queira ir para o Sudoeste de bicicleta com os amigos. Vai demorar 5 dias, vai dormir sabe-se lá onde, cada dia num sítio diferente. Um programa totalmente fora do normal.
Esta perspectiva de “namorada” é das coisas mais enervantes que existem.
Apetece-me, e tentei, dar-lhe um abanão (apesar de que apenas verbal) e dizer-lhe:
- OI! Esse programa é o máximo! Qual é o teu problema??
E ela ficou pasmada…
- O máximo? De bicicleta? Só rapazes? 5 dias?

E eu fico sem resposta. Ela entrou na filosofia de pensamento em que tudo o que não existia previamente na relação só surge para arruinar uma estabilidade que, na minha opinião, é mais forçada que real. E contra isso não há argumentos.

E como eu própria, no passado, já fui mais que vítima da facilidade que é entrar nesse rodopio obsoleto de falta de capacidade de raciocínio, tentei ao máximo, nesta minha relação que todos os dias me continua a parecer tão recente, nunca ser assim.
Uma mistura de defesa para não me deixar magoar outra vez tão facilmente mas também uma vontade enorme de não me transformar na namorada infernal em que todas nos tornamos passado um tempo, tentei desde o início usar a cabeça na gestão diária de uma relação que, se já o era no início continua a ser agora, é perfeita.
Para isso foi preciso, nada mais nada menos, do que avaliar cada situação pelo que ela é e não pelos padrões pré-estabelecidos de tudo aquilo a que tenho “direito” de me chatear só porque sou namorada, menina e, claro, insuportável.

Assim sendo, as discussões, se surgiram, foram raras. Os amuos, sempre temporários. E até os meus ataques de mau feitio, que admito que os tenho, acabam por passar quase sempre com uma simples gargalhada.

Mas hoje está a ser mais difícil vestir a camisola da namorada inteligente e que sabe que, no fundo, lá no fundo, não tem razão para se chatear.
Há dias em que não há tanta força, há situações menos fáceis de contornar. Dias em que me apetece ser só a menina birrenta e arranjar mil razões, inventadas mas quase plausíveis, para o encher de culpa e me compensar com toneladas de mimos.
Sei que não posso ser assim e também não vou ser aquele outro tipo de namorada, igualmente horroroso mas também tão frequente, que não diz o que tem, ou diz que nada tem, mas fica de trombas todo o dia. Esse tipo de namorada que também já fui.
Ora ou há um problema ou não há. Fazer género é que não, que eles são rapazes e se paciência têm pouca, percepção para ler nos olhos o que se passa, ainda têm menos!

E portanto tenho passado a minha manhã a tentar engolir esta grande bola de orgulho que me está entalada na garganta. Mas empurro com água, com razões lógicas, com argumentos válidos… e ela não desce.
Hoje não. Hoje quero os mimos. Hoje quero que me perguntes mil vezes como é que foi a minha noite, se estive bem. Porque não estive.
Posso não ter razão, sei que não fizeste nada de mal, nada por mal. Sei que gostas de mim e que tens tomado as decisões melhores para me proteger.

Mas parte de mim ainda é criança e namorada-tonta e quero fazer a minha birra à vontade e quero que me compreendas… Mesmo que seja só para me calar.